segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Relacionamentos à luz da Teologia do Corpo

Por Annie Vining

1. Por que temos “sexos opostos”? O melhor seria “sexos complementares”.

a) Fomos feitos, corpo e alma, à imagem de Deus. Então as características dos nossos corpos apontam para as realidades espirituais (e por isso podemos dizer que há uma teologia do corpo).
b) A complementaridade de homem e mulher foi feita por Deus para que possamos cumprir seu plano para nós: união e frutos com Ele. Sem a complementaridade, não haveria união nem frutos.
c) Deus deseja unir-se a nós (de modo espiritual), assim com marido e mulher se unem um ao outro. Jesus veio para isso, não apenas para nos tirar do pecado.
d) O corpo masculino revela o lado divino na relação entre Deus e a humanidade: o papel de iniciador.
e) O corpo feminino revela o papel desempenhado pela Igreja, o corpo de Cristo: o papel de receber de Deus a entrega de Si próprio, e retribuir esse amor sendo ela mesmo dom de si, bem como dando frutos.
f) Cristo, portanto, veio como homem, e a Igreja sempre é apontada no feminino, ou como a Noiva de Cristo.
g) Efésios 5 confirma isso fazendo uma analogia esponsal: Cristo e o marido fazem um papel similar a analogia esponsal, e a Igreja e a mulher fazem um papel similar.

2. A união de Cristo com a igreja é o modelo de todos os relacionamentos entre os sexos.

a) A união que Cristo estabeleceu com a Igreja (como afirma Efésios 5) foi completada na cruz, onde Cristo demonstrou a grandeza do amor que tem por nós.
b) O matrimônio é uma participação sacramental na união de amor de Cristo com a Igreja. É um compartilhar na aliança que une Cristo e ser Corpo, sua Noiva, a Igreja.
c) Quando o casamento é vivido corretamente, ele nos mostra o que significa “Amar um ao outro como Cristo nos amou”, o maior dos mandamentos.
d) Deus nos concedeu o casamento como expressão máxima das relações entre os sexos, e por isso ele lança luz sobre todos os outros tipos de relacionamento. Ele demonstra os princípios de como amar o outro sexo, e portanto é vital para celibatários e solteiros.
e) Também é muito importante para as pessoas casadas e para aqueles que pensam no matrimônio porque para entrar no casamento sacramental o casal deve ter a intenção de entrar naquele amor que Cristo tem pela Igreja.
f) Sem essa intenção, não há sacramento, porque o casal não personifica o amor que une Cristo e a Igreja. Uma razão pela qual há muitos casamentos anulados (nunca existiram) é por causa das pessoas que entram no casamento sacramental sem intenção de entrar nesse amor, como por exemplo acontece quando um dos dois não está aberto a aceitar filhos.
g) Portanto podemos ver muitas razões que revelam a importância da compreensão do tipo de amor mostrado por Cristo na cruz, e a importãncia de crescer nesse amor, de modo que possamos crescer em santidade.

3. Como Cristo amou a Igreja

a) Na morte de Cristo podemos discernir quatro aspectos principais de Seu amor. Uma entrega de Si que é:
- Total: Ele entregou-se a ponto de morrer.
- Livre: “Ninguém tira minha vida, eu a entrego livremente”.
- Fiel: “Estarei convosco até o final dos tempos”.
- Frutuosa: “E ele derramou seu Espírito”... No Pentecoste surge a comunidade dos fiéis, que são frutos da morte de Jesus.
b) Uma outra maneira de entender isso é fazendo o contraste com seu oposto:
- Luxúria: tratar os outros não como pessoas que são livres para se entregar por amor, mas como objetos, usando algum tipo de “força” para os levar a “amar” você.
- Rapazes muitas vezes fazem isso: tratam as mulheres como objetos para seu prazer sexual. Não há desejo de se entregar, se doar, nem amor, apenas o desejo de obter, de tomar, de usar.
- Garotas muitas vezes fazem isso tirando vantagem de vestimentas e ações provocantes para se aproveitar da fraqueza dos homens para conseguir o que querem. “Se os homens se deixam levar pelo desejo egoísta (luxúria), então vou usar isso para conseguir o que quero”, mesmo que o que elas estejam querendo conseguir seja “amor”.
c) O desejo sexual é um grande motivador em nós, e nos ajuda a amar como Jesus amou na cruz, e assim nos santificar, mas quando ela está orientada para usar dos outros (como na luxúria), ela nos leva na direção oposta.

4. O desejo sexual pode ser “canalizado” para as seguintes áreas:

a) Posse de si mesmo: o poder de fazer o que é certo mesmo quando se está tentado (por exemplo) a desejar com egoísmo ou usar outra pessoa pode ser ganho com o auto-conhecimento (ganho através da reflexão sobre as situações, em sua vida de oração”) e com o auto-controle (que se consegue através de mortificações, como o jejum, e através do aprendizado e prática das virtudes).
b) Compromisso: doar-se inteiramente e fielmente a amigos(as) e principalmente a namorado(a) ou esposo(a), mesmo quando é difícil (por exemplo, quando é difícil não pecar), a fim de levá-los para o céu. Se você realmente os ama, então deseja sua felicidade, e isso significa ajudá-los a ir para o céu.
c) Cortejar: o namoro deve levar ao conhecimento da outra pessoa em um nível mais profundo, para discernir se Deus está chamando para o casamento com uma certa pessoa; ame seu namorado(a) totalmente, livremente, fielmente, e frutuosamente, particularmente nos pontos fracos; deixe seu amor gerar “vida” do modo apropriado para pessoas solteiras.

5. O sexo “oposto” foi criado por Deus para nos levar para o céu.

a) Não para nos distrair.
b) O sexo oposto nos mostra o êxtase de felicidade que Deus planejou para nós.
c) Permite-nos compartilhar no amor unitivo e procriativo (frutuoso) de Deus.
d) Concede-nos a chance de crescer no amor e na santidade através de nossas interações com cada pessoa que encontramos, amando-as totalmente, livremente, fielmente e frutuosamente.

Entramos em contato apenas com a superfície da Teologia do Corpo de João Paulo II. Para mais informações procure os site do TOBET, e outros sites (nota: como os links colocados ao lado neste blog).

Traduzido do site: The Theology of the Body Evangelization Team – TOBET