quinta-feira, 30 de abril de 2009

Meu namorado é possessivo. O que eu faço?

Por Jason Evert

Meu namorado é realmente possessivo, e ele é muito severo comigo, mesmo se for somente sair com minhas amigas. No começo parecia legal porque ele se preocupava comigo, mas agora está ficando irritante. Eu quero mudar, mas não quero confrontá-lo porque não quero que ele fique com raiva. O que devo fazer?

Eu tenho uma impressão que há algo que você tem mais medo que a raiva dele, e é medo que ele te rejeite. Assim como um rapaz pode usar a culpa ou a raiva para controlar uma garota, ela por sua vez pode se fazer de vítima passiva para segurá-lo consigo. Mas em nenhum dos dois casos há verdadeiro amor, nenhum dos dois está recebendo ou dando verdadeiro amor. Mas agora vem a grande questão: porque você se prende em um relacionamento que não é saudável? Essa é a pergunta que você tem que pensar e responder.

Muitas garotas (e rapazes) entram em relacionamentos antes de saber seus padrões e limites. Então, quando estão no meio de uma situação ruim, ficam sem saber como lidar com tudo. Então, é hora de reavaliar as coisas.

O que eu queria que você fizesse era olhar na Bíblia em 1 Coríntios 13. Ali temos a maior explicação do que é o amor. Lá São Paulo diz: “O amor é paciente, é bondoso. Não tem inveja, não se ensoberbece, não sente raiva, não é rude, não procura seus próprios interesses, não se irrita, não se alegra com a injustiça nem com o mal, mas se regozija com a verdade. O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará”

Agora, eu quero que você leia de novo esses versos, mas substituindo a palavra “amor” pelo nome do seu namorado. “____ é paciente, _____ é bondoso, _______ não tem ciúmes, etc”. Se isso soar totalmente estranho, então é um sinal de que você merece algo melhor. Essa lista do amor não é um ideal utópico. É um padrão para as garotas que sabem o que vale seus corpos e suas almas.

Com certeza, é difícil estar com uma pessoa que tem certo temperamento forte, mas eu quero que você imagine o quanto é mais difícil se casar com essa pessoa e ser escravo dessa pessoa pelo resto da vida. Todo mundo em um relacionamento saudável sonha que seu parceiro venha a mudar e se tornar perfeito. Mas quero que imagine estando com ele como ele é agora. Essa é a realidade, e é insuportável. Além do mais, pergunte a si mesma: “Como poderei encontrar o rapaz dos meus sonhos se perco tanto tempo tentando consertar um outro alguem?”.

Então seja forte. As garotas se tornam decididas e firmes quando tomam decisões inteligentes em situações como a sua. Com isso você verá que Deus é capaz de usar os seus erros para moldar seus padrões. Imagino que, com esse relacionamento, Deus vai fortalecer sua vontade e seu auto-respeito para que em um futuro relacionamento você não mais tolere esses comportamentos em um rapaz. Você saberá que esse tipo de possessividade não é um sinal de seu carinho, mas de sua insegurança.

Enquanto isso, leia de novo 1 Coríntios 13, e tente substituir “amor” nesse trecho pelo seu próprio nome.
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Traduzido do site Pure Love Club

Link: http://www.chastity.com/chastity/index.php?id=7&entryid=294

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ainda o vídeo do Christopher West

Mais um dia com o vídeo do Christopher West no topo do blog! "A revista Playboy e o Papa".
Link: http://www.youtube.com/watch?v=VM47EKJDhs8
Ele é tão legal, tão fascinante, que hoje, excepcionalmente, vou deixar de colocar um novo artigo traduzido. Espero que aproveitem pra ver e divulgar o vídeo.
E se vocês quiserem conhecer mais sobre a Teologia do Corpo, vejam o site:
www.teologiadocorpo.com.br
Lá tem outros artigos, e também entrem em contato, cadastrem-se, mandem e-mail, pois há a possibilidade de se formarem grupos de estudo sobre Teologia do Corpo, em breve.
Amanhã tem post novo.
Atenciosamente,
Daniel

terça-feira, 28 de abril de 2009

Vídeo - Christopher West - "A Playboy e o Papa"

Pessoal,
Mais um vídeo do canal Vida e Castidade. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Agora Christopher West tece comentários sobre Hugh Hefner, fundador da revista Playboy, e ao mesmo tempo fala sobre um sacerdote polonês, Karol Wojtyla, que depois se tornaria o Papa João Paulo II. Aprenda mais sobre Teologia do Corpo esse fascinante e surpreendente trecho de uma palestra de Christopher West. Muito bom!





Link: http://www.youtube.com/watch?v=VM47EKJDhs8

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A camisinha protege contra o quê?

A camisinha ou preservativo é um pedaço de látex que cobre o órgão genital masculino durante a relação sexual e é projetado para reduzir a possibilidade de gravidez e a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DST’s). Entretanto, as camisinhas nunca oferecem proteção completa contra DST’s. Como observa o “Medical Institute for Sexual Health” (Instituto Médico para a Saúde Sexual), “na terminologia científica ‘proteger’ pode significar qualquer coisa, variando desde ‘um pouco melhor que nada’ até ‘proteção completa contra um fator de risco’”. Então, um fabricante de camisinha pode dizer que seu produto “protege” alguém da gravidez e das DST’s mesmo que essa proteção seja mínima. Abaixo temos uma lista de DST’s e o nível de proteção oferecido pela camisinha (estatísticas do Medical Institute for Sexual Health).

O uso consistente da camisinha (100% das vezes) durante a relação sexual comum reduz o risco de:

- HIV – cerca de 80% - ou seja, ainda há 20% de chance de o contrair
- Gonorréia – reduz cerca de 50% - ou seja, ainda 50% de chance de infecção
- Clamídia – reduz cerca de 50% - ou seja, 50% de chance de infecção
- Herpes – cerca de 50% - ou seja, 50% de chance de infecção
- Sífilis – cerca de 50% - ou seja, 50% de chance de infecção
- HPV – cerca de 50% ou menos - ou seja, 50% ou mais de chance de infecção

A efetividade contra a infecção de DST’s através de sexo oral ou anal é desconhecida. Para as cerca de 20 outras DST’s não existem dados suficientes para dizer se a camisinha oferece ou não qualquer redução de risco.

Note também que essas estatísticas assumem que o uso da camisinha foi consistente (100% das vezes). Entretanto, o uso da camisinha em 100% dos casos é tão difícil de acontecer, que é considerado um “conceito puramente teórico”, a não ser por alguns indivíduos extremamente meticulosos. Mesmo entre adultos que sabem que o parceiro/a tem HIV, apenas 56% usaram camisinha consistentemente (100% das vezes), segundo o Medical Institute for Sexual Health.

Além do mais, um indivíduo que está pensando que "a camisinha é melhor do que nada" precisa saber que “quanto menos experiências tiverem com o uso da camisinha, maior será a chance de falha”, PORÉM, MAIS IMPORTANTE QUE TUDO, “quanto mais atos de sexo, maior será a chance de haver falha no uso da camisinha, por escorregamento ou rasgos, e portanto maior a chance de exposição a DST’s” (Medical Institute).


As camisinhas são efetivas para evitar a gravidez?

Com o uso perfeito (uso exatamente como é recomendado, sem falhas), as camisinhas têm uma taxa de falha de cerca de 3%. Com o uso típico, ou normal, as camisinhas têm cerca de 14% de falha para cada ano de uso. A taxa de falha para adolescentes é de 22,5%.

Colocando em perspectiva as probabilidades, por exemplo, usando uma taxa de 15% de falha anual, teremos:

- Depois de um ano: 15 % de falha – uma em cada 7 vai ficar grávida
- Depois de dois anos: 28% - uma em cada 4 vai ficar grávida
- Depois de 3 anos: 39% - uma em cada 3 vai ficar grávida
- Depois de 4 anos: 48% - metade vai ficar grávida

Se, depois disso, você está começando a ver que as camisinhas não são uma boa opção para proteger nossos corpos, então pense no seguinte – as camisinhas NÃO oferecem proteção nenhuma contra danos ao seu futuro casamento, danos à sua reputação, danos aos seus namoros, danos à confiança dos seus pais e familiares, danos à sua auto-estima, ou danos ao seu relacionamento com Deus.

Nós sabemos que os seres humanos são muito mais do que somente corpos, e a relação sexual é muito mais que apenas um ato físico de recreação. O plano de Deus é o único que é verdadeiramente libertador, não apenas porque nos liberta de todas as consequências do sexo fora do casamento, mas também porque valoriza a beleza e a dignidade da pessoa humana.
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Traduzido do site “In Control”, da instituição “Pregnancy Center West”
Link: http://www.itspowerful.com/questions.html

domingo, 26 de abril de 2009

É errado discutir as tentações com o namorado?

Meu namorado e eu estamos tentando viver a pureza, e até mesmo rezando juntos. É errado para nós discutir nossas tentações?

Por Jason Evert

Se você está tentando crescer na pureza, eu não recomendaria que você falasse abertamente com seu namorado sobre suas tentações. Embora ajude ser claro sobre seus padrões e sobre os limites dos contatos físicos, não há necessidade de expor suas tentações pessoais. Fazer isso só vai fazê-los pensar mais frequentemente sobre elas.

Imagine que você está passando por uma tentação particular que ele não tem. Depois de falar pra ele, a tentação não vai deixar você. E além de não deixar você, vai passar a ser dele também. Muitas vezes essas discussões sobre tentações são apenas uma desculpa espiritual para falar sobre coisas sexuais. Para evitar essa armadilha, converse com um padre, um orientador, um membro da família que você confie.

Enquanto isso, lembre-se das palavras de S. Josemaria Escrivá, que disse: “Nunca fale sobre coisas ou eventos impuros, nem mesmo para deplorá-los. Veja, é uma coisa que é mais pegajosa que piche. Mude a conversação, ou, se isso não for possível, continue, mas falando da necessidade e da beleza da santa pureza – uma virtude dos homens que sabem como suas almas são valiosas... eu nunca falei sobre impurezas... Mas eu falei muitas vezes, como tenho que fazer, sobre castidade, pureza, e sobre a afirmação jubilosa do amor”.
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Traduzido do site: Pure Love Club

Link: http://www.chastity.com/chastity/index.php?id=7&entryid=340

sábado, 25 de abril de 2009

Preservativo ou Camisinha protege?

Nos últimos dias uma pessoa me escreveu um comentário a um post recente que falava do Mapa da Exposição Sexual.

Em resumo, o post dizia de uma pesquisa que rastreou a atividade sexual entre alunos de uma escola, e descobriu uma mesma cadeia de relações que envolvia centenas de pessoas. O que quer dizer que basta uma relação com uma pessoa dessa cadeia, que você tem possibilidade de contrair uma doença sexualmente transmissível (DST) de qualquer um da cadeia.

No comentário a pessoa escreveu dizendo que isso provava a necessidade de usar sempre camisinha (preservativo). Isso é um óbvio engano. ISSO PROVA APENAS A NECESSIDADE DE PROMOVER A CASTIDADE. E mostrarei agora as razões.

Estatísticas sobre a camisinha (preservativo)

Os dados abaixo foram retirados da seguinte página:
http://www.chastity.com/seminars/index.php?id=62

Todos os dados foram coletados de pesquisas realizadas por especialistas, e divulgadas em revistas científicas. Todos os links para as fontes originais encontram-se na página referida acima.

- A DST mais comum é o HPV (Human Papilloma vírus)

- O HPV causa 99,7 por cento dos casos de câncer cervical. Portanto, para cada parceiro sexual que a mulher tem, seu risco de câncer cervical aumenta.

- Apesar da camisinha (preservativo) poder reduzir o risco de algumas DST's, não oferece proteção contra o HPV, porque o vírus é transmitido com o contato pele a pele através de toda a área genital, incluindo as coxas e o baixo abdômen.

- A maioria das mulheres sexualmente ativas está infectada com um ou mais tipos de HPV genital.

- O risco de uma adolescente contrair HPV na sua primeira relação sexual é de 46%.

- Mesmo mulheres tecnicamente virgens podem contrair DST's, incluindo câncer de boca advindo do HPV.

Além desses dados, há alguns dias publiquei um post (O que toda mulher deve saber sobre anticoncepcionais) que continha uma parte sobre camisinha (preservativo), que reproduzo aqui:

O preservativo possui uma taxa de falha que é estimada entre 10 a 30% (14, 15). (NOTA: Isso significa que, de cada dez relações com o uso da camisinha (preservativo), de 1 a 3 delas não protegerão contra absolutamente nada). Há muitas razões: rompimento ou escorregamento durante o uso, defeitos de fabricação, e defeitos causados pelo armazenamento e transporte em lugares inadequados, quentes ou muito frios.

O preservativo não protege adequadamente contra a transmissão do vírus da AIDS. CM Rowland, PhD, editor da revista “Rubber Chemistry and Technology” (Tecnologia e Química da Borracha) diz que fotografias tiradas com microscópios potentes revelam vácuos ou furos que chegam a ser 50 vezes maiores que a partícula do HIV (16).
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(14) Collart D. Biochemistry & Molecular Biology. Condom failure for protection from sexual transmission of the HIV-a review of the medical literature. 5393 Whitney Ct., Stone Mountain, GA 30088. Back
(15) Rahwan R. Chemical Contraceptives, Interceptives and Abortifacients, 1995. College of Pharmacy, Ohio State University. Back
(16) Rowland CW., The Washington Post (letter) June 25, 1992. Back

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Em outro post, mostro que a camisinha não é a solução para a AIDS a partir da experiência de sucesso de Uganda, que com um programa educacional focado na castidade e abstinência conseguiu reduzir significativamente os níveis de infecção por HIV.

Ainda em outro post, escrevia sobre como o diretor de pesquisa em prevenção de AIDS de Harvard disse que a solução para a AIDS não é distribuir camisinhas:


"A esse respeito, em um artigo disponível no site "National Review", Kathryn Jean Lopez entrevista o diretor do Projeto de Pesquisa em Prevenção da Aids da Universidade de Harvard, Edward C. Green. Segundo esse cientista, de uma das universidades mais prestigiadas e sérias do mundo, o Papa está certo ao afirmar que a distribuição de preservativos aumenta o risco da AIDS.

“Há", segundo Green, " uma associação consistente mostrada por nossos melhores estudos (...), entre uma maior disponibilidade de preservativos e níveis maiores (não menores) de infecção por HIV. Isso se deve em parte devido a um fenômeno conhecido como compensação de risco, significando que quando uma pessoa usa uma 'tecnologia' de redução de risco, como os preservativos, ela frequentemente perde o benefício (redução de risco) 'compensando' ou se arriscando mais do que uma outra pessoa normalmente se arriscaria sem a tecnologia de redução de risco".


Espero que com isso fique completamente explicado que a camisinha não "protege", e que o chamado "sexo seguro" simplesmente não existe, é uma piada. Não bastasse tudo isso, vem ainda a parte mais importante:


Consequências emocionais e espirituais da atividade sexual fora do casamento

Por natureza a relação sexual fora do matrimônio é fonte de insegurança. Não há a proteção do compromisso. Na maioria das vezes, o que há é uma sincronia de libidos, de desejos, que uma vez satisfeitos, tornam sem sentido a continuidade do relacionamento. Há estatísticas que dizem que cerca de 80% dos namorados terminam o namoro em até seis meses depois da primeira relação sexual, o que não se repete, absolutamente, entre os que vivem a castidade.

A chamada "atitude utilitarista" é aquela que homem e mulher se entregam numa relação sexual para usar o corpo do próximo para o prazer. Isso não satisfaz o coração humano, que anseia pelo verdadeiro amor, que não pode existir senão em um relacionamento de compromisso e entrega total, que é a própria definição do casamento.

Fico por aqui, mas podia falar muito mais. Porém já traduzi muitos posts sobre isso. Praticamente metade do conteúdo desse blog é sobre isso. Basta clicar no marcador "Namoro" ou "Espera" no lado direito do blog e ler mais.


O verdadeiro amor, aquele que preenche o coração do homem, é total, livre, fiel e fecundo:

- Total - Jesus entregou todo seu sangue na cruz por nós. Poderia ter se contentado com menos, pois um sacrifício ou uma gota de sangue de Jesus vale por todos os pecados de todo o mundo em todos os tempos. Mas Deus não ama parcialmente. Ele aceitou a morte de cruz e derramou todo o sangue por nós. "O soldado, vendo que estava morto, perfurou o seu lado, e dele saiu sangue e água" (Jo 19, 34).

- Livre - Jesus disse "...dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar..." (Jo 10, 18).

- Fiel - Deus jamais nos abandona, jamais se esquece de nós, sua misericórdia é eterna (Salmo 117).

- Fecundo - O amor do Pai e do Filho origina o Espírito Santo. A criação toda de Deus é sempre fruto do amor divino.

Tudo isso é vivido nos votos matrimoniais:

- Total - "Eu te recebo como minha esposa/esposo e te prometo..."

- Livre - "É de livre e espontânea vontade que desejam se casar?" Os noivos respondem "sim".

- Fiel - "...amando-te e respeitando-te por todos os dias da minha vida"... Até qe a morte os separe.

- Fecundo - Os filhos são a prova maior da fecundidade do matrimônio, verdadeira participação na obra de criação de Deus.

Somente no matrimônio o coração humano pode ser realizado. Fomos criados para esse amor. Não para sermos usados pelo outro, ou para buscarmos só o prazer egoísta usando outra pessoa.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Testemunho de um médico que realizou vários abortos na sua carreira

Eis o testemunho de um médico que realizou vários abortos na sua carreira e, somente diante da morte de sua filha de 23 anos, caiu em si e admitiu o crime que cometia. Sui filha morreu de infecção generalizada após ter tentado fazer um aborto.

"Eu sou o único filho homem de uma família humilde do interior de Minas. Com sacrifício e união de todos, fui o único que teve a chance de estudar, pois minha irmãs não passaram do ensino médio. Mamãe, uma simples costureira, gastou os seus olhos nas costuras que fazia até de madrugada para ajudar o meu pai. Papai era um guarda noturno. Por isso vocês podem até imaginar o sacrifício que fizeram para ter um filho médico!

Quando me formei, jurei a mim mesmo que jamais a necessidade bateria em nossa porta novamente. Escolhi a ginecologia e obstetrícia, depois de anos de estudos. Das maiores dificuldades enfrentadas como médico recém-formado, me deparei com a realidade da minha profissão. Ia longe o tempo que os médicos ficavam ricos, e eu queria mais, queria enriquecer, ter dinheiro, e foi assim que violei o juramento que fiz ao me formar: de dar a vida para salvar a vida. Inúmeras crianças eu ajudei a vir ao mundo, mas também muitas delas eu não permiti que nascessem, envolto na respeitabilidade de médico.

Enriqueci escondido sob a faixa da vitalidade. Montei meu consultório eu em pouco tempo se tornou o mais procurado da região. Sabe o que eu fazia? Aborto. E como todos que cometem este crime, eu dizia a mim mesmo que todas as mulheres teriam o direito da escolha, e que era melhor serem ajudadas por médico, com o qual não corriam risco de vida, do que procurarem as clínicas clandestinas, onde o índice de morte e complicações são alarmantes.

E foi assim, cego e desumano, meu ofício na medicina. Eu constituí família abastardo, muito rico, e nada faltou aos meus entes queridos. Meus pais morreram com a ilusão que seu filho era um doutor bem sucedido, um vencedor. Criei minhas duas filhas com o dinheiro manchado de sangue de inocentes; fui um dos mais desprezíveis humanos. Minhas mãos, que deveriam ser abençoadas para a vida, trabalharam pela morte.

Eu só parei quando Deus, em sua sabedoria infinita, rasgou a minha consciência e fez sangrar o meu coração; sangrar com o mesmo sangue de todos os inocentes que não deixei nascer. Letícia, a minha filha mais nova, no auge da vida deixou de respirar. No seu atestado de óbito, a causa da morte: infecção generalizada. Letícia, aos 23 anos de idade, engravidou e buscou o mesmo caminho de tantas outras que me procuraram: o aborto. Só soube disso quando nada mais poderia ser feito.

Ao lado do leito de morte da minha filha eu vi as lágrimas de todos os anjinhos que eu matei! Enquanto ela esperava a morte, eu agonizava junto; foram seis dias de sofrimento para que, no sétimo dia, ela descansasse e partisse ao encontro de seu filhinho, filhinho este que o médico assassino como eu impediu de nascer.

Foi tempo suficiente para refletir, reflexão que veio apenas no início da manhã que Letícia morreu. Exausto pelas noites em claro, adormeci ao lado de minha filha e sonhei que eu andava por um lugar absolutamente escuro e o ar era quente e úmido; eu queria respirar e não podia, queria fugir, mas, desesperado, fui jogado por um lugar onde o barulho me deixava mais louco. Eram choros, choros doidos de crianças. No meu pensamento, como se um raio me cortasse ao meio, veio um entendimento: os choros eram de dor, eram lamentos dos anjinhos de que eu tirei a vida. Era a triste conseqüência dos meus atos impensados.

Os choros aumentava: Assassino! Assassino! Alucinado para sair daquele lugar, eu passei a mão no rosto para secar o meu suor e as minhas mãos se mancharam de sangue! Aterrorizado ao fazer aquela constatação, gritei com a força que me restava nos pulmões; o meu grito era um pedido de perdão: Deus me perdoe! Somente assim eu consegui voltar a respirar normalmente e, no sobressalto, eu acordei. Acordei em tempo de acolher o último suspiro de vida de minha filha Letícia que morreu na manhã do dia 3 de março de 1989. Sua vida ceifada pela inconseqüência de um médico, por infecção provocada por um aborto.

Eu sei que, através daquele sonho, Deus me levou para um lugar onde os anjinhos ficam quando são barbaramente impedidos de nascer. Eu entendi que, a partir do momento da fecundação do óvulo, existe vida, donde se conclui que eu sou um assassino. Só não sei se um dia Deus vai me perdoar.

Mas para amenizar a minha culpa, a minha dor, eu fechei meu consultório, vendi todos os bens que conseguira na vida com a prática do aborto e, com o dinheiro, montei uma casa de amparo às mães solteiras. E me dedico hoje, gratuitamente, a fazer uma medicina de verdade. Hoje sou médico de carentes, de desamparados, desvalidos. As crianças que vêm ao mundo hoje, através das minhas mãos, são filhos que adotei e sei que tenho uma única missão: trazer vida ao mundo e dar condição para que as crianças tenham um lar feliz onde o pai é Jesus.

Rezem por mim, rezem por mim, rezem para que Deus tenha piedade de mim e me perdoe, porque eu tenho certeza que não fugirei do juízo final"
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Blog do Pe. Edson, de Alagoinha

Link: http://padreedson.blogspot.com/2009/03/testemunho-de-um-medico-que-realizou.html

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Vídeo - Christopher West - "Teologia do Corpo"

Com muita alegria legendei e coloquei no You Tube um vídeo com um trecho de uma palestra do Christopher West, conhecido propagador da Teologia do Corpo.
O vídeo responde à primeira pergunta que pode surgir quando falamos de Teologia do Corpo: se a Teologia é o estudo de Deus, como o corpo pode ser uma Teologia?
A Teologia do Corpo é a reunião de 129 catequeses que o Papa João Paulo II fez, entre 1979 e 1984. Ela está começando a ser mais conhecida agora, e está mudando vidas e fazendo surgir uma verdadeira "nova revolução sexual".
Segundo George Weigel, biógrafo de João Paulo II, a Teologia do Corpo é "uma bomba-relógio teológica, programada para detonar com dramáticas consequências, talvez no século XXI".



Link direto: http://www.youtube.com/watch?v=Cl_VXL3DP2w

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Mapa de exposição sexual


A figura acima é uma mapa de exposição sexual. Para criá-lo, cientistas da Universidade de Ohio (EUA) pesquisaram a atividade sexual de uma certa escola pública de Ensino Médio no meio oeste americano. Suas descobertas foram publicadas no exemplar de julho de 2004 da revista “American Journal of Sociology” (Revista Americana de Sociologia).

Dos 1.000 estudantes da escola, 832 foram entrevistados, e pediu-se que identificassem seus parceiros sexuais estáveis dos últimos 18 meses. Um “parceiro sexual estável” foi definido como alguém com uma relação de namoro, e portanto os chamados “ficas” ou relacionamentos casuais não foram incluídos na pesquisa. A pesquisa também não inclui parceiros de outras escolas.

Então, aqui está o que encontraram: 573 estudantes admitiram ter tido pelo menos um parceiro sexual estável nos últimos 18 meses. Desses 573 estudantes, mais da metade pôde ser reunido em uma rede de relações de 288 parceiros! (ver imagem acima) Os pontos rosas representam garotas reais, e os azuis representam os rapazes. As linhas entre eles representam as ligações por atividade sexual. Como se pode ver, um rapaz pode ter tido apenas uma parceira sexual, e apesar disso, teoricamente ele pode estar ligado a outros 286 parceiros sexuais que não ele. Na verdade, as duas pessoas mais distantes no mapa estão separadas por apenas 37 passos. Certamente nenhum estudante desse mapa suspeitava dessa intrincada rede de exposição sexual, ou dos grandes impactos disso na transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).

A imagem acima não inclui outros 285 estudantes que foram sexualmente ativos nos período. Esses estudantes estavam em outras numerosas redes menores e separadas.

O que se pode aprender com isso é que uma pessoa que tem apenas um parceiro sexual pode às vezes estar em risco maior de adquirir uma DST do que uma pessoa que tem muitos parceiros, mas em uma rede de relacionamentos menor. Isso também explica o crescimento da transmissão de DST’s entre adolescentes, e a urgente necessidade da educação para a castidade.
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Traduzido do site "Pure Love Club"

Link: http://www.chastity.com/chastity/index.php?id=7&entryid=295

terça-feira, 21 de abril de 2009

Vídeo Gianna Jessen - sobrevivente de um aborto - parte 2

Apresento a segunda parte do vídeo contendo o depoimento de Gianna Jessen, uma mulher que sobreviveu a um aborto por envenenamento salino quando estava no ventre de sua mãe.

O link está aqui: http://www.youtube.com/watch?v=NFPxE30nh8A

Mas é só clicar no player abaixo para ver.



A parte 1 pode ser vista clicando aqui.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Visite o canal "Vida e Castidade" no You Tube

Visite o canal "Vida e Castidade" no You Tube:

http://www.youtube.com/VidaeCastidade

Texto sobre modéstia

Pessoal,
Escrevi um texto sobre modéstia no vestir, e está no Blog da equipe Teologia do Corpo - Brasil
O endereço é: http://teologiadocorpo.wordpress.com

Link: http://teologiadocorpo.wordpress.com/2009/04/20/como-a-mulher-se-veste-hoje/

Vejam também o site da equipe "Teologia do Corpo - Brasil", do qual este blog é coligado.
www.teologiadocorpo.com.br

O que toda mulher deve saber sobre anticoncepcionais e contracepção

Por Chris Chris Kahlenborn, MD
e Ann Moell, MD

Questões éticas

Todos os métodos de controle de natalidade são esforços para separar a relação sexual da procriação. Essa separação incentiva relações sexuais que são muito mais fracas que o casamento tradicional – “ficas”, co-habitação, adultério e relações com vários parceiros. Essas relações corroem a sociedade levando a divórcios, gravidez inesperada, aborto, crianças com um só dos pais, abusos e pobreza. As consequências do controle de natalidade claramente demonstram um impacto não saudável, anti-cultura e anti-vida, que preocupam por questões éticas. O uso de controle de natalidade é como o comer não saudável intencional, sem valores nutritivos, comer só pelo prazer. Uma dieta não saudável irá causar a morte. De modo similar, uma “dieta” de controle de natalidade mata os relacionamentos.

A “pílula”

A pílula de controle de natalidade é usada por mais de 10 milhões de mulheres nos Estados Unidos, e cerca de 4 milhões delas possuem menos de 25 anos (1). A pílula consiste em uma combinação de dois tipos de hormônios artificiais chamados estrógenos e progesterona. Ela funciona inibindo a ovulação e a movimentação do espermatozóide, e mudando a espessura do interior do útero da mulher (chamado endométrio), de modo que, se a mulher venha a conceber, ela venha a ter um aborto precoce (pois o embrião não consegue se fixar ao endométrio).

Questões éticas: Estima-se que uma mulher sexualmente ativa ira ter ao menos um aborto precoce por ano, se estiver usando a pílula (2). Tanto os grupos pró-aborto quanto os grupos pró-vida sabem que a pílula causa abortos precoces (3).

Efeitos colaterais: A pílula de controle de natalidade aumenta em mais de 40% o risco de câncer de mama, se for tomado por uma mulher antes de ter seu primeiro bebê (4). Esse risco aumenta 70% se a pílula for usada por mais de quatro anos antes do primeiro filho da mulher (5). Outros efeitos colaterais que as mulheres sofrem incluem aumento da pressão sanguínea, formação de coágulos de sangue, acidente vascular cerebral (AVC), infarto, depressão, ganho de peso e enxaquecas. Diabéticas que tomam a pílula podem ter aumento nos níveis de glicose (açúcar). Algumas mulheres que param de tomar a pílula não conseguem voltar a ser férteis (ter ciclos menstruais) por um ano, ou mais. Embora a pílula diminua o risco de câncer no ovário e alguns tipos de câncer no útero, ela aumenta os riscos de câncer de mama, de fígado, e cervical (4). Pelo menos três estudos observaram que o vírus da AIDS é transmitido mais facilmente em mulheres que estão tomando a pílula, se seus parceiros possuem o vírus (6, 7 e 8).

A “injeção” e hormônios injetáveis

Comumente conhecido como “injeção”, o Depo-provera, um hormônio de longa ação, é injetado no músculo a cada três meses. Funciona diminuindo a ovulação, inibindo o movimenta do esperma e mudando revestimento do útero. Norplant é outro hormônio em forma de tubos, que é colocado sob a pele, e deixado lá por até cinco anos.

Questões éticas: Ao mudar o revestimento uterino, esses medicamentos podem causar abortos precoces quando ocorre uma concepção. Mulheres que usam Norplant provavelmente irão ter mais de um aborto a cada ano, já que a mulher ovula – na média – em mais de 40% dos ciclos quando está usando Norplant (9). Depo-Provera também pode causar os mesmos problemas, por ser um hormônio do mesmo tipo (que simula a progesterona).

Efeitos colaterais: Os resultados de dois estudos em escala mundial mostraram que as mulheres que tomam Depo-Provera por dois anos ou mais antes dos 25 anos têm uma chance pelo menos 190% maior de desenvolver câncer de mama (10). Além disso, Depo-Provera pode reduzir a densidade óssea, e piorar os níveis de colesterol. Um estudo descobriu que as mulheres que receberam hormônios que simulam a progesterona (normalmente Depo-Provera) por pela menos 5 anos tiveram a chance de contrair câncer cervical aumentada em 430% (11). Inúmeros estudos mostraram que as mulheres que recebera, progestinas injetáveis possuem maior risco de contrair o vírus da AIDS se o parceiro estiver infectado, e em um dos estudos o aumento do risco foi de 240% (12). Norplant, que foi desenvolvido depois do Depo-Provera, teve menos pesquisas, mas pode levar aos mesmos riscos. Mais de 50 mil mulheres entraram com ações judiciais contra o fabricante de Depo-Provera, citando reclamações de homorragias irregulares, cicatrizes, dores musculares e dores de cabeça (13).

Outros hormônios contraceptivos

Os mesmos hormônios artificiais usados na pílula, no Depo-Provera e no Norplant são encontrados em uma variedade de outros sistemas, como o emplastro, a “pílula do dia seguinte”, a injeção mensal “Lunelle”, dispositivos intra-uterinos e outros. Há mais tipos em desenvolvimento. Muitos são tão novos que seus efeitos colaterais ainda não foram estudados. Eles usam a mesma química da pílula, e espera-se que apresentem os mesmos efeitos. Todos os hormônios anticoncepcionais também podem causar períodos não desejados de infertilidade depois de descontinuado seu uso.

Métodos de barreira física
O preservativo e o diafragma

O preservativo possui uma taxa de falha que é estimada entre 10 a 30% (14). Há muitas razões: rompimento ou escorregamento durante o uso, defeitos de fabricação, e defeitos causados pelo armazenamento e transporte em lugares inadequados, quentes ou muito frios.

Efeitos colaterais: O preservativo não protege adequadamente contra a transmissão do vírus da AIDS. CM Rowland, PhD, editor da revista “Rubber Chemistry and Technology” (Tecnologia e Química da Borracha) diz que fotografias tiradas com microscópios potentes revelam vácuos ou furos que chegam a ser 50 vezes maiores que a partícula do HIV (16).

O diafragma

O diafragma é um método de barreira, e portanto, teoricamente não causa aborto precoce. Ao menos um estudo mostrou que as mulheres que usam métodos de barreira como o diafragma ou o preservativo, o a interrupção do ato sexual, têm um aumento de 137% no risco de desenvolver pre-eclampsia (17). Pre-eclampsia é uma complicação que afeta algumas mulheres grávidas, uma síndrome de alta pressão sanguínea, retenção de fluidos e danos aos rins, que pode levar a convulsões ou ao coma. É teorizado que a exposição ao esperma masculino tem um papel de proteção contra a preeclampsia.

Espermicidas

Um espermicida é um agente que é feito para matar os espermatozóides, geralmente vendido como gel. A síndrome do choque tóxico tem sido associada ao espermicida (18). Um pesquisador mostrou que os casais que usam certos espermicidas experimentaram duas vezes mais chance de deficiências no nascimento, e duas vezes mais chance de aborto espontâneo.

Dispositivo intra-uterino (DIU)

É um aparato em forma de T, feito de plástico. Um médico o insere no útero. Funciona irritando o revestimento do útero e obstruindo a passagem dos espermatozóides.

Questões éticas: Quando a concepção ocorre com o DIU colocado, ele pode evitar a implantação, ou destruir o novo embrião, causando aborto precoce (20).

Efeitos colaterais: Incluem perfuração no útero, que pode levar à histerectomia (retirada do útero), e infecções. O uso do DIU está relacionado com maiores incidências de inflamção pélvica de gravidez ectópica (20), que é aquela onde a criança não nascida se implanta em outro local que não o útero, normalmente nas trompas de falópio. De acordo com Rossing e Daling, dois pesquisadores importantes, mulheres que usam o DIU por três anos ou mais têm duas vezes mais chance de ter gravidez ectópica. Esse risco continuou alto por muitos anos depois de retirado o dispositivo. O DIU também pode causar dores, câimbras, dor no ato sexual e nos ciclos menstruais e infertilidade.

Esterilização permanente
Ligação de trompas e vasectomia

A esterilização cirúrgica tenta conseguir a esterilidade permanente fechando as trompas de falópio da mulher ou os vasos deferentes do homem.

Efeitos colaterais: A ligação nem sempre impede a concepção. Quando a concepção ocorre, está associada com incidência muito maior de gravidez ectópica (22), que, como foi falado, é a maior causa de morte em mulheres grávidas. Além do mais, mulheres que se submetem à ligação podem experimentar complicações da anestesia ou da cirurgia, que podem vir dos pontos, de sangramentos ou entrada de dióxido de carbono no abdômen (23). Mulheres que passaram pela ligação experimentam uma síndrome de sangramento vaginal associado com dores no baixo ventre (24). Geralmente há diminuição da libido, e maior risco de histerectomia depois da ligação. É comum haver profundo arrependimento depois da esterilização.

Cerca de 50% dos homens que fazem vasectomia desenvolvem anti-corpos contra o próprio esperma (25). Em essência, seus corpos reconhecem o próprio esperma como “inimigo”. Isso pode levar a maior incidência de doenças auto-imunes. Muitos estudos mostraram que os homens que fazem vasectomia têm maior chance de desenvolver câncer de próstata, especialmente 15 a 20 anos depois da cirurgia (26, 27, 28 e 29), embora outro estudo não tenha achado relações (30).

Opções sábias

A melhor opção para antes do casamento é a abstinência. Os óbvios benefícios incluem maior auto-respeito, liberdade dos riscos de inúmeras doenças, economia monetária, e nenhuma chance de ser surpreendido por uma gravidez.

Dentro do casamento deve-se notar que a abertura a ter crianças traz muitos benefícios médicos. Cada criança que a mulher dá à luz reduz o risco de câncer de mama, alguns cânceres do útero, e câncer do ovário.

Planejamento Familiar Natural ou Regulação Natural da Procriação

A Regulação Natural da Procriação (RNP) é um método totalmente natural através do qual os casais podem controlar sua fertilidade. Nele uma mulher determina quando está fértil ou infértil observando a consistência de seu muco cervical (outras possibilidades incluem o monitoramento da temperatura basal da mulher, que muda no período fértil). A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez muitas pesquisas em larga escala que mostraram que nesse caso a gravidez indesejada aconteceu somente em 0,3 a 3% dos casos, o que é uma taxa tão boa quanto qualquer outra forma de contracepção, exceto a esterilização. Um estudo muito grande envolvendo cerca de 20 mil mulheres na Índia mostrou uma taxa de gravidez indesejada de menos de 0,3% (32).

Alguns benefícios óbvios da RNP é que é virtualmente sem custo, e não há aumento no risco de câncer. Casais que usam a RNP possuem uma taxa de divórcio menor que 5% (33) – muito menor que a média nacional, de cerca de 50%.

Para mais informações sobre a Regulação Natural da Procriação, ou “Planejamento Familiar Natural”:

Billings Ovulation Method Assn. - www.Boma-usa.org
The Couple to Couple League - www.ccli.org
Family of the Americas Foundation - www.familyplanning.net
Institute for Natural Family Planning - www.mu.edu/nursing/NFP
Natural Family Planning International - www.nfpandmore.org
Northwest Family Services - www.nwfs.org
One More Soul NFP Center - www.OMSoul.com
Pope Paul VI Institute - www.popepaulvi.com
United States Conference of Catholic Bishops - www.usccb.org/prolife/issues/nfp


REFERÊNCIAS:

(1) Faust JM. Image change for condoms. ABC News Report. [Internet E-mail]. 6/8/97. Back
(2) Kahlenborn C. “How do the pill and other contraceptives work?” Breast Cancer, Its Link to Abortion and the Birth Control Pill. Dayton, OH: One More Soul; 2000; 315-335. Back
(3) Alderson Reporting Company. Transcripts of oral arguments before court on abortion case. New York Times. April 27, 1989; B12. Back
(4) Kahlenborn C, et al. “Oral Contraceptive Use as a Risk Factor for Premenopausal Breast Cancer: A Meta-analysis” Mayo Clinic Proceedings. 2006: 81(10):1290-1302Back
(5) Romieu I, Berlin J, et al. Oral contraceptives and breast cancer. Review and meta-Analysis. Cancer. 1990; 66: 2253-2263. Back
(6) Allen S. et al. Human immunodeficiency virus infection in urban Rwanda. JAMA. 1991; 266: 1657-1663. Back
(7) Simonsen et al. HIV infection among lower socioeconomic strata prostitutes in Nairobi. AIDS. 1990; 139-144. Back
(8) Mati et al. Contraceptive use and the risk of HIV in Nairobi, Kenya. Inter. J. of Gyn. and Ob. 1995; 48: 61-67. Back
(9) Croxatto HB, Diaz S, et al. Plasma progesterone levels during long-term treatment with levonorgestrel silastic implants. Acta Endocrinologica 1982; 101: 307-311. Back
(10) Skegg DCG, Noonan EA, et al. Depot medroxyprogesterone acetate and breast cancer [A pooled analysis of the World Health Organization and New Zealand studies]. 1995; JAMA: 799-804. Back
(11) Herrero et al. Injectable contraceptives and risk of invasive cervical cancer: evidence of an association. Int. J. of Cancer. 1990; 46: 5-7. Back
(12) Ungchusak et al. Determinants of HIV infection among female commercial sex workers in northeastern Thailand: Results from a longitudinal study. J. of Ac. I. Def. Syn. and H. Retro. 1996. 12: 500-507. Back
(13) Taylor D. Spare the Rod. The Guardian ( U.K.) March 12, 1996; 11. Back
(14) Collart D. Biochemistry & Molecular Biology. Condom failure for protection from sexual transmission of the HIV-a review of the medical literature. 5393 Whitney Ct., Stone Mountain, GA 30088. Back
(15) Rahwan R. Chemical Contraceptives, Interceptives and Abortifacients, 1995. College of Pharmacy, Ohio State University. Back
(16) Rowland CW., The Washington Post (letter) June 25, 1992. Back
(17) Klonoff-Cohen HS et al. An epidemiologic study of contraception and preeclampsia. JAMA. 1989; 262: 3143-3147. Back
(18) Faich G et al. Toxic shock syndrome and the contraceptive sponge. JAMA. 1986; 255: 216-218. Back
(19) Jick et al. Vaginal spermicides and congenital disorders. JAMA. 1981; 245:1329-1332. Back
(20) Ortho Pharmaceutical. Description of Paraguard. Physician Desk Reference. 1997: 1936-1939. Back
(21) Ibid. Back
(22) Gaeta TJ et al. Atypical ectopic pregnancy. Am J Emer Med. 1993; 11: 233-234. Back
(23) Dunn HP, Unexpected Sequellae of Sterilization. International Review of Natural Family Planning, 1:4 (Winter, 1977) 318. Back
(24) Townsend DE et al. Post-ablation-tubal sterilization syndrome. Obstet Gynecol. 1993; 82: 422-424. Back
(25) Rosenberg et al. Vasectomy and the risk of prostate cancer. American J. of Epidemiology. 1990; 132: 1051-1055. Back
(26) Giovannucci E et al. A prospective cohort study of vasectomy and prostate cancer in US men. JAMA. 1993; 269: 873-877. Back
(27) Giovannucci E et al. A retrospective cohort study of vasectomy and prostate cancer in US men. JAMA. 1993; 269: 878-882. Back
(28) Hayes RB et al. Vasectomy and prostate cancer in US Blacks and Whites. American J. of Epidemiology. 1993; 137: 263-269. Back
(29) Rosenberg L et al. Vasectomy and the risk of prostate cancer. American J. of Epidemiology. 1990; 132: 1051-1055. Back
(30) John EM et al. Vasectomy and prostate cancer: results from a multiethnic case-control study. JNCI. 1995; 87: 662-669. Back
(32) Ryder RE. “Natural Family Planning”: Effective birth control supported by the Catholic Church. BMJ. 1993; 307: 723-6. Back
(33) Kippley JF, Kippley SK. The Art of Natural Family Planning (Fourth Edition). Couple to Couple League, Cincinnati, USA, p. 245.Back

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Traduzido do site “One More Soul”

http://www.onemoresoul.com/contraception-side-effects.php

domingo, 19 de abril de 2009

Jesus, eu confio em Vós


Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro.

Pela Sua dolorosa paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

Eu cometi um aborto... Minha história

Fechando a oitava Pascal, a semana da Ressurreição, neste segundo Domingo da Páscoa - Dominica in albis - Domingo da Misericórdia apresento mais um testemunho de quem passou pela morte, sofreu muito, mas encontrou em Jesus a misericórdia e a ressurreição.
Feliz Páscoa!
Jesus, eu confio em Vós!
Daniel

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Eu cometi um aborto... Minha história

Eu sofro das feridas emocionais que partiram meu coração naquele dia, há dezesseis anos atrás, quando eu escolhi abortar meu bebê. Eu tinha 18 anos, era solteira e estava começando a faculdade quando descobri que estava grávida. Amedrontada e confusa, eu procurei conselho com amigas, o padre e uma clínica para mulheres. As “mensagens” que recebi deles e a falta de comunicação com minha família deixaram-me mais confusa e com medo. A clínica e as colegas apoiavam o aborto. Meu contato com o padre já estava pouco, e eu tentava na época começar uma nova vida dentro da cena estudantil. Aterrorizada com o futuro e com o “mundo real”, tomei a decisão de terminar a gravidez (se chamava assim na época), na esperança de que isso resolvesse a crise em que estava, e eu pudesse simplesmente continuar normalmente com minha vida. Entrei na clínica como uma criança assustada e saí da clínica algumas horas depois marcada por um ferida para a vida toda. Havia tantas coisas que não me disseram. Especialmente os efeitos emocionais e espirituais duradouros.

Quando a realidade do que havia feito chegou à minha consciência, voltei-me para o álcool e as drogas para amenizar a dor. Tornei-me depressiva e me enterrei nos estudos acadêmicos na faculdade. A chaga emocional e espiritual, que não procurei tratar, só aumentou de magnitude. A culpa, a vergonha, o sofrimento e o arrependimento criaram um grande “buraco negro” dentro de mim. Tentei preenchê-lo com inúmeras coisas: o casamento, as crianças, uma carreira e trabalho voluntário. Pelos dezesseis anos seguintes senti-me isolada, depressiva e ansiosa. Eu me condenava constantemente pelo que tinha feito. Eu “merecia” a punição eterna e só procurava relacionamentos abusivos, pensando que não merecia amor, honra ou respeito.

Uma espada parte meu coração cada vez que escuto a palavra “aborto”, vejo uma propaganda pró-vida, escuto uma palestra pró-vida na Missa, ou leio um artigo sobre aborto. Fico repetindo para mim mesma que sou uma assassina e me considero má por ter tirado a vida de minha criança não nascida. A dor interior tornou-se insuportável – apenas poucas pessoas sabiam – aquelas que haviam apoiado o aborto. A quem contaria isso? O que iriam dizer? Quem compreenderia a dor ou me ajudaria a enfrentar isso? Sentia-me sozinha mas também sabia que precisava de alguém. A ferida estava afetando todos os meus relacionamentos – comigo mesma, com Deus e com os outros. Eu ia para a Missa com minha família mas nunca me sentia digna de estar ali, por causa da grande culpa e vergonha.

Há esperança... Um dia folheei uma revista católica e vi uma pequena propaganda que chamou minha atenção. Era uma organização chamada Rachel’s Vineyard. Eu li o anúncio e me enchi de esperança e alegria. Era ajuda para quem sofria por ter escolhido o aborto. Levei semanas para ter coragem de pegar o telefone e ligar. Agradeço a Deus continuamente pela “Rachel’s Vineyard”, porque minha vida nunca mais foi a mesma. Tinha encontrado alguém que me compreendia e queria me ajudar a curar as feridas profundas. Encontrei aceitação, apoio e orientação. Experimentei o toque de cura do Senhor através da equipe de Rachl’s Vineyard. Com a ajuda de alguns padres maravilhosos e mulheres que também tinham passado pelo aborto e tinham curado suas feridas, iniciei minha jornada de volta a Deus. Não tem sido um caminho fácil. A recompensa da paz de espírito e de coração através da graça de Deus e da misericórdia, e uma relação renovada com Ele compensa em muito a dor da jornada.

Jornada para o perdão... A jornada incluiu: dar um nome para minha criança e estabelecer um relacionamento espiritual com minha criança nos braços de Deus. Encarar a mim mesma e aqueles envolvidos no aborto e elaborar a raiva e o ressentimento, em direção ao perdão de mim mesma e dos outros. Eu restaurei minha relação com Deus sentindo e aceitando Seu infinito amor e Sua infinita misericórdia por mim. Participei de um retiro com outras mulheres que haviam passado por um aborto e descobri que não estava sozinha em minha dor e sofrimento pela nossa condenação culpa e vergonha auto-infligidas. Juntas, encontramos a misericórdia e a compaixão infinitas de Cristo através de Seu exemplo e através de outras mulheres que passaram por aborto, conselheiros e padres. Ver outras pessoas na profunda dor que sofria moveu-me à compaixão e ao desejo de aliviar suas dores. Isso me ajudou a permitir que outras pessoas me ajudassem aliviassem as minhas dores. O fim de semana foi uma oportunidade de chorar a perda de minha criança com outras que sentiam a mesma perda. De certa forma fechei esse capítulo de minha vida através do sacramento da Reconciliação, uma cerimônia relembrando a memória dos bebês e a celebração da Missa da Ressurreição. Eu sentirei a dor agora e para o resto de minha vida, mas os fardos que pesavam sobre os meus ombros foram aliviados.

--- Jennifer
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Traduzido de "Rachel's Vineyard" - uma organização que oferece ajuda a quem sofre por conta do aborto

sábado, 18 de abril de 2009

Vídeo Gianna Jessen

Continuem divulgando o vídeo de Gianna Jessen, que sobreviveu miraculosamente a um aborto por envenenamento salino.
"Se o aborto é por causa dos direitos das mulheres, então quais são os meus direitos? No dia do meu aborto, minha vida estava sendo exterminada e não havia nenhuma feminista radical defendendo meus direitos". (Gianna Jessen)

Veja aqui.

Veja também mais abaixo o depoimento de mulheres que passaram pelo aborto, sofreram muito, e receberam um "toque" de Jesus em suas vidas.

Feliz Páscoa!

Depois de dois abortos me sentia muito sozinha, deprimida e confusa

Nessa semana da Páscoa, o blog Vida e Castidade conta histórias de ressurreição. Histórias que eram inicialmente de morte e tristeza, mas que Jesus transformou com seu amor.
É vida que vence a morte. É ressurreição. Feliz Páscoa.
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Nunca soube o que havia de errado comigo. Eu chorava e chorava, me cortava ou me queimava tocando as paredes do forno do fogão, me golpeava e me machucava. Estava fora de controle, e quando alguém me perguntava, “o que há de errado?”, eu respondia com honestidade: “Não sei”. Sentia-me como se fosse enlouquecer. Quem fica chorando o tempo todo e se maltrata sem saber por que? Sempre me sentia dormente quando me machucava. Era como se a dor me ajudasse a acordar. Eu me odiava. Anos de terapia não ajudaram, anti-depressivos não ajudaram, nada parecia ajudar. Estava envolvida em um grande segredo. Poucos sabiam da minha extrema depressão, de que machucava a mim mesma, e de meus abortos.

Finalmente, depois de anos de tortura, contei tudo a meu pai. Contei a ele sobre os abortos, as noites dormidas por aí, as drogas que tomava para passar por aquilo, e do abuso que infligia a mim mesmo e aos outros. Ele me chocou me apoiando, estando ali para mim. Ele compreendeu porque tinha feito o que tinha feito. Ele ficou ao meu lado quando fui falar para minha mãe, e ela também me chocou quando, ao invés de ficar furiosa comigo, me abraçou e chorou, e disse que gostaria de ter estado ao meu lado naquilo tudo. Essas foram reações que eu jamais esperava.

Mas a depressão e o abuso a mim mesma não paravam. Meu pai, que é ele próprio um conselheiro (psicólogo) tentou tudo que pôde para descobrir o que havia de errado comigo. Ele me mandou fazer mais terapia, que não parecia estar ajudando. Meu pai queria mais do que qualquer coisa descobrir como me ajudar. Finalmente, em uma reunião que participou, meu pai conheceu uma mulher chamada Teresa Burke (Ph.D.). Ela estava falando sobre pessoas com quem tinha lidado e que possuíam muitos dos mesmos sintomas que eu, e que também não descobriam o que havia de errado com elas. Teresa começou a perceber que, em algum ponto do passado, cada uma daquelas mulheres havia cometido um aborto.

Meu pai escutou e descobriu que eles estariam oferecendo um retiro para pessoas que tinham cometido aborto. O retiro seria um modo de resolver os sentimentos de culpa e talvez se sentir melhor. Quando meu pai me falou sobre o retiro, tenho que admitir, eu só pensei, “que droga, eu vou tentar, mas isso não vai adiantar de nada, assim como nenhuma outra coisa adiantou de nada”. Senti-me assim até o momento que cheguei na casa de retiro para o fim de semana. Foi legal, mas ainda sentia que nada iria mudar minha depressão. No sábado à noite algumas pessoas se ofereceram para vir ao meu quarto falar comigo e rezar comigo.

Não consigo descrever o que aconteceu naquela noite. Pela primeira vez, eu verdadeiramente imaginei minhas crianças no paraíso com Deus, e com minha avó que já tinha falecido, e eles estavam felizes. Eles estavam me mergulhando no amor e no perdão de Deus. Naquela noite soube que Deus existia e que eu não era uma pessoa terrível, e que eu já tinha sido perdoada por Deus e pelas minhas crianças. Foi muito profundo. Uma coisa assim nunca tina acontecido antes na minha vida. Não consigo descrever no papel o maravilhoso sentimento de paz e de amor que senti naquela noite. Nunca tinha acontecido uma coisa assim comigo antes.
--- Michelle
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Traduzido do site: Rachel’s Vineyard, uma organização que trabalha com pessoas que cometeram aborto (mães e os respectivos pais das crianças), oferecendo apoio, retiros etc.

Disponível em: http://www.rachelsvineyard.org/emotions/stories.aspx

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Video - Sobrevivente de um aborto

Espero que o máximo de pessoas possa ver esse vídeo. Por favor, divulguem, enviem o link para quem vocês quiserem. Não estou buscando quantidade de exibições. Estou lutando para defender a vida.
Nesses dias de ressurreição, nada mais apropriado do que o milagre da vida dessa mulher, Gianna Jessen, que sobreviveu miraculosamente a um aborto. É a vida que vence a morte.
Feliz Páscoa!





Se não der certo ver aqui, o link para o vídeo é: http://www.youtube.com/watch?v=rztaZbzPOro

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Das trevas para a luz – O testemunho de uma mulher que abortou três vezes

Nessa semana Pascal estou trazendo alguns textos sobre ressurreição, sobre vida que vence a morte. Feliz Páscoa a todos!
Daniel Pinheiro
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Vivi minha vida inteira na escuridão. Perdi meu pai quando tinha 5 anos. Sou a mais nova de seis crianças. Casei jovem, antes de entrar na faculdade, e me mudei para longe de minha mãe, a quem amava muito. Fiquei grávida aos 18 anos, e tive minha primeira criança aos 19 anos. Meu marido era agressivo e violento comigo. O casamento acabou e voltei para a casa da minha mãe. Os problemas estavam só começando. Minha auto-estima estava tão baixa, que comecei a ter relações sexuais com qualquer um.

Em 1979 fiquei grávida e realizei um aborto. Uma amiga me levou para a Planned Parenthood (nota: a maior rede de clínicas de aborto nos Estados Unidos). Lembro-me muito bem de tudo. Podia-se ouvir uma gota d’água caindo no chão, de tão quieto que era. A enfermeira me deu uns papéis para preencher. As únicas coisas que ela me perguntou foram meu nome e se eu tinha como voltar para casa. Fiquei esperando. Não haviam sorrisos, apenas se ouvia algum choro tímido. O lugar era escuro. Pensei comigo mesmo: isso é horrível! Escutei chamarem meu nome. Meu coração começou a bater forte, minhas mãos suando. A enfermeira dizia que o “procedimento” não ia demorar nada, que não iria sentir coisa alguma. "Eles vão te colocar meio adormecida, você não vai sentir nada. Não se preocupe, tudo vai ficar bem, o doutor já fez muitos desses procedimentos". O engraçado é que eles sequer chamavam aquilo de “aborto”, para eles era um “procedimento”. A próxima coisa que lembro era de estar numa cama de metal frio, em uma sala fria. O doutor entrou e disse “não se preocupe, já fiz muitos procedimentos como esse, vai terminar logo, e você poderá voltar à sua vida normal”. Ouvi aquela máquina, o barulho alto, e foi doloroso, ouvia a máquina sugando a vida que estava crescendo dentro de mim. Eu pensei: “bem, eles disseram que não era mais que uma 'bolha de células', que não era um bebê".

Na sala de recuperação, lembro que a enfermeira me perguntou se estava sentindo dor. Eu estava encolhida como uma bola, me balançando para frente e para trás, e sangrando como um porco. Ela disse: “Não se preocupe, querida, isso vai passar em uma ou duas semanas, e então você vai voltar à sua vida normal, como se nada tivesse acontecido”.

Eu continuei com minha vida, cada vez mais fora de controle. Dormia por aí, trabalhava em bares, meu marido agora tinha a guarda da minha filha e vivia em outro estado. Ótimo! Eu tinha que fazer algo, tinha que me restaurar. Tentei voltar com meu marido, mas no fundo do meu coração sabia que não ia dar certo. Fui morar com ele, e as coisas pareciam estar bem, mas um dia deveríamos ter recebido alguns amigos para jantar, e ele ficou com raiva de mim e me puxou pelo colar, o que deixou uma marca no meu pescoço. Estava trabalhando um dia, e quando cheguei em casa as fechaduras estavam mudadas e minha mala estava do lado de fora. Liguei para meu patrão, e ele me arrumou um advogado, e tudo aconteceu muito rápido, minha cabeça estava dando voltas.

Tinha que mostrar para o juiz que tinha condições de ter a guarda da minha filha. Nesse tempo, comecei a usar drogas. Mas, mesmo assim, consegui a custódia dela.

Já em 1981 estava vivendo com outro rapaz, e fiquei grávida de novo. Ele disse que eu tinha que abortar, e me levou para a “Planned Parenthood” local, e esperou por mim do lado de fora. Não pude acreditar que estava passando por tudo de novo. Pensei: “isso não está acontecendo”. De novo, a mesma coisa, quando entrei na clínica, tudo estava quieto, podia-se ouvir um pingo d’água. Alguns sussurros apenas. Ninguém sorria. Eu me sentia horrível! Dessa vez senti a dor do meu aborto ainda mais forte que da primeira vez. O som daquela máquina, sugando meu bebê. Ainda assim deixei que acontecesse. O que havia de errado comigo? Tinha que sair daquela situação, essa pessoa estava controlando minha vida, tomando decisões por mim. Não tinha voz na decisão de ter um bebê ou não. Além do mais, eu me lembrava do que me haviam dito antes: “é apenas um pedaço de tecido”. Eu ficava imaginando se aquilo era verdade. Por que a dor era tão intensa? Por que estava demorando mais? Não tinha nenhuma resposta para essas perguntas. Guardava essas perguntas para mim, e então enterrava no mais profundo de mim mesma essa vergonha, culpa, raiva, frustração, lá naquele lugar escuro dentro de você que ninguém conhece.

Afastei-me desse rapaz e minha filha foi para outro estado. Nessa época as coisas ficaram piores do que antes. Minha vida não passava de sexo, drogas e álcool. Não me importava comigo mesma. Entretanto, me assegurava que minha filha não visse nada disso, não visse esse meu lado. Trabalhei como garçonete. Então conheci outro rapaz. Ele era tão gentil, de boa aparência, e eu pensei: “uau, ele me quer”. Minha auto-estima era praticamente nada, zero. Eu pensei: “ok, porque não?”. Bem, ele se mudou para minha casa e as coisas estavam indo bem. Em 1983, fiquei grávida outra vez. Pensava que esse homem queria uma família, pois ele amava mesmo minha filha, minha filha o amava, então pensei que seria maravilhoso. Mas não foi. Ele não queria um bebê, de modo algum. Eu tinha que abortar. E ponto final! Ele não discutiria mais nada. Estava decidido! No dia seguinte ligamos para a Planned Parenthood e marcamos uma hora.

Ele me deixou na clínica de aborto e disse que voltaria. Eu entrei. “Meu estômago estava todo embrulhado”, eu tinha vontade de vomitar. Até meu corpo me mostrava que não queria passar por aquilo uma outra vez. Meu coração começou a bater acelerado quando cheguei na mesa. A mulher falou para eu preencher alguns papéis, perguntou as mesmas duas perguntas, “qual seu nome, e você tem como voltar para casa?”. Sentei-me aterrorizada pelo que sabia que teria que enfrentar. Pensei: “isso é realmente horrível”! Não tinha com quem falar, ninguém para me falar se essa era a coisa certa, ninguém para me dar opções. Não tinha opções, eu não tinha uma voz. Senti-me tão dormente nessa hora, que tudo que eu conseguia pensar era em passar logo por aquilo. Não queria mais saber daquilo. Eu só queria morrer! Enquanto pensava essas coisas, meu nome foi chamado, e fui levada para a sala. Só que dessa vez me lembro de ter ouvido choro e lamentações. Ficava imaginando o que estava acontecendo. Tinha medo, me sentia paralisada. Sentia como se eu não estivesse ali, passando por tudo de novo. Eu realmente sou um monstro.

Vesti a bata e fui levada para a “sala de procedimentos”. Eles ainda chamavam de “procedimento”, quando na verdade era um aborto. Eles disseram que iriam me fazer sentir relaxada, e que não sentiria nada. “Já ouvi essa história antes”, eu pensei. E dessa vez, senti tudo que aconteceu. Senti o doutor entrando com o tubo e mexendo em mim como se eu fosse um pedaço de carne. Ouvi aquela máquina, a máquina de sugar, era como um aspirador de pó, e senti quando ele colocou aquele tubo dentro de mim. Eu pensava que aquilo é que era dor, mas estava apenas começando. Dessa vez senti a chamada “bolha de células” sendo partida em pedaços. O doutor manteve aquela máquina de sugar em mim por um tempo muito longo. Eu vi estrelas! Aquilo foi muito doloroso. Foi então que percebi que ele estava demorando muito mais do que normalmente deveria. Aparentemente eles não esperavam por isso. Eu só me lembrava de como a dor era intensa, de como queria gritar para o doutor para pedir para ele parar, porque não agüentava mais. Pare. Ele só parou quando o meu bebê todo tinha se ido. Dessa vez estava chorando convulsivamente na cama, e me lembro que não conseguia parar de chorar. Finalmente era a hora de ir para casa e eu saí, e não sentia nada! Estava chorando durante todo o percurso para casa. Cheguei em casa e fui dormir, e chorei até adormecer. Sentia-me vazia, não tinha mais nada, pensei. Estava tão repleta de culpa que não sabia o que fazer. Bem, eu e esse rapaz finalmente terminamos.

Sentia um vazio dentro de mim. Não podia entender porque chorava toda vez que via comerciais com bebês na televisão, ou porque invejava outras mães caminhando com seus bebês. Eu amava crianças, tinha crescido rodeada de irmãos. Que tipo de mulher eu era. Não era boa, eu pensava. Estava tão envergonhada do que tinha feito, que não queria que ninguém soubesse de meus segredos. Mantive-os escondidos por 29 anos. Passei tempos horríveis. Estava com depressão, não sabia o que fazer comigo mesma. Fui pelo mesmo caminho, no sexo, sem me importar comigo mesma, com o que era; não tinha auto-estima, eu era somente aquele vazio. Era como estar em uma caverna, escura, sozinha, com medo.

Até que em 1999 me casei com um homem maravilhoso e me tornei Católica, e minha vida mudou. Não foi de uma vez, foi gradual. Deus tinha planos para mim, mas eu não sabia na época. Estava na Igreja em uma tarde de fevereiro quando conheci uma mulher que se tornou meu verdadeiro anjo da guarda. Ela me apresentou a um maravilhoso padre chamado John McFadden.

Em 15 de outubro de 2004 fui a uma palestra sobre aborto, que tinha o título de “Pelas Suas chagas sereis curados”. Como Deus é maravilhoso, e como me senti abençoada! Assisti a palestra e confessei toda a minha vida para o Pe. McFadden. Aprendi sobre a Adoração ao Santíssimo Sacramento, e me falaram para ficar um pouco com Jesus para que eu pudesse descobrir o sexo de minhas crianças. Descobri que tinha tido um filho, cujo nome é Mateus, outro filho cujo nome é Thomas, e uma filha cujo nome é Katherine. Jesus me falou que deu esses nomes a eles por causa de grandes santos. Durante esse final de semana fiz pela primeira vez a leitura na Missa. Também fui instruída a participar de um retiro na “Rachel’s Vineyard”.

Em 11 de março de 2005 fui para o retiro. Não posso dizer como foi maravilhoso. Mudou minha vida. Foi uma jornada difícil, mas eu não estava sozinha. Estava perdoada de tudo por que tinha passado na vida. Eu, essa enorme pecadora, que escolheu dar fim à vida de três crianças, que fez tudo que se pode fazer debaixo do sol, tinha recebido a graça da cura, verdadeiramente um milagre abençoado. Não estava mais nessa caverna escura e profunda, não estava mais repleta de vergonha e culpa. Não era mais a mulher de antes. Deus, através do ministério de “Rachel’s Vineyard”, me abençoou e me mostrou que eu sou Sua filha, filha de Deus, filha da Luz. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Quem come da minha carne não terá mais fome, e quem bebe do meu sangue não terá mais sede. Venham a mim todos os que estais cansados, e eu vos darei alívio.

A alegria que sinto agora, sendo uma filha de Deus, é maravilhosa. Não deixarei mais que a escuridão tome conta de mim, como no passado. Deus perdoou meus pecados, Ele deu a vida por mim. Fiz uma promessa a Jesus, e falei para Ele que meus filhos teriam uma voz, que eles não ficariam mais em silêncio. Louvor e Glória a Ti, Senhor Jesus, por me dizer: “Nem eu te condeno”!

Que a paz do Senhor Jesus esteja como todos vocês. Deus os abençoe.

Victoria

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Tradução do testemunho disponível em http://www.rachelsvineyard.org/emotions/stories.aspx

Extraído do site Rachel’s Vineyard, que é um projeto que acolhe mulheres (e homens) que se envolveram com aborto, fornecendo suporte emocional e espiritual.

http://www.rachelsvineyard.org

terça-feira, 14 de abril de 2009

Reflexões sobre a ressurreição de nossos corpos

Por Christopher West

Durante esse tempo Pascal é apropriado refletirmos sobre a ressurreição não somente do corpo de Jesus, mas também de nossos próprios corpos, no final dos tempos. Muitas pessoas têm uma visão “super-espiritual” errônea sobre a vida eterna. Tais pessoas tendem a ver o corpo como uma concha ou prisão da qual estão ansiosos por se livrar, como se a morte fosse o momento em que nossas almas finalmente ficam “livres” da “prisão” dos nossos corpos.

Essa era a idéia de Platão, mas não é a maneira cristã de ver as coisas. Na verdade, a idéia que o corpo é uma prisão ou meramente um envoltório está baseada na heresia. Os cristãos concluem seu Credo com a proclamação solene: “Creio na ressurreição dos mortos e na vida do mundo que há de vir. Amem”, ou “Creio na ressurreição da carne”. O Catecismo observa que “em nenhum ponto a fé cristã recebe mais oposição do que na questão da ressurreição do corpo. Aceita-se muito comumente que a vida da pessoa humana continua em uma forma espiritual após a morte. Mas como crer que esse corpo, tão obviamente mortal, possa ressuscitar para a vida eterna” (n. 996)? Que mistério! Em Cristo “o mortal se reveste de imortalidade” (1 Coríntios 15, 54).

(...)

Nossos corpos certamente serão diferentes no estado ressuscitado. Lembremo-nos que os discípulos não reconheceram imediatamente Jesus depois da ressurreição (ver Lucas 24, 15-16). Mas no final dos tempos, certamente teremos nossos corpos, como Jesus teve o seu. Quando, após sua ressurreição, Ele apareceu na sala onde estavam os Apóstolos, Ele disse: “Vejam minhas mãos e meus pés, sou Eu; toquem e vejam; pois um espírito não possui carne e ossos como vocês vêem que eu tenho” (Lucas 24, 39). E então, apenas para confirmar a questão, ele comeu alguns peixes na presença deles (ver Lucas, 24, 41-43).

A diferença é que na ressurreição nossos corpos serão perfeitamente “espiritualizados” (ver 1 Coríntios 15, 44). Isso significa que nossos corpos serão permeados pelo poder do espírito. E já que o “espírito” que vai permear nossos corpos não será somente nosso espírito humano, mas o Espírito Santo de Deus, nossos corpos serão também “divinizados”. Participaremos da “natureza divina”, com nosso corpo e nossa alma, de um modo totalmente inacessível para nós agora (2 Pedro 1, 4).

(...)

Então, muitos se perguntam: haverá sexo no céu? A resposta depende do que você quer dizer com “sexo”. Sexo não é, primeiramente, o que as pessoas fazem. Sexo é o que as pessoas são, como homens ou mulheres. O Papa João Paulo II insistiu muitas vezes em suas reflexões sobre a ressurreição que iremos ressuscitar como homem ou como mulher, como o mesmo sexo que temos aqui na terra. Portanto, nesse sentido, sim, haverá sexo no céu: seremos ou homens ou mulheres. Mas Cristo nos leva para uma dimensão completamente nova da sexualidade humana e do nosso chamado à união quando diz que “na ressurreição não se casarão nem se darão em matrimônio” (Mateus 22, 30).

O casamento e a união “em uma só carne” existem desde o princípio (desde a criação) para nos apontar o “matrimônio do Cordeiro” (Apocalipse 19, 7), para a união entre Cristo e a Igreja (ver Efésios 5, 31-32). Na ressurreição, o sacramento vai dar lugar à realidade divina. “Você não precisa mais de um prenúncio a apontar na direção do paraíso quando você está no paraíso. Você está lá. A união última e final do Cristo com sua Igreja (todos nós) já está acontecendo”.

E este é o apelo do Espírito e da Esposa: “Vinde, Senhor Jesus, vinde!”. E o Senhor responde: “Certamente irei em breve” (Apocalipse 22, 17-20). Roguemos a Deus para que estejamos prontos.
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Traduzido do site de Christopher West
Disponível em: http://www.theologyofthebody.com/page.asp?ContentID=29

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A Ressurreição dos corpos

Segundo as palavras de Jesus referidas pelos Evangelhos

Trechos da Catequese do Papa João Paulo II proferida na audiência geral de 2 de dezembro de 1981 (faz parte dos textos da “Teologia do Corpo”).


“Porque quando ressuscitarem dos mortos, não se casarão nem se darão em matrimônio” (Marcos 12, 25). Cristo pronuncia essas palavras, que possuem um significado chave para a Teologia do Corpo, depois de haver afirmado, na conversa com os saduceus, que a ressurreição é a força do Deus vivo.
(...)
O essencial é a constatação de que, na futura ressurreição dos homens, depois de voltarem a adquirir seus corpos na plenitude da perfeição própria da imagem e semelhança de Deus – depois de voltarem a adquirir seus corpos em sua masculinidade e feminilidade – “não se casarão nem se darão em matrimônio”.
(...)
A ressurreição, segundo as palavras de Cristo, referidas pelos Evangelhos, significa não somente a recuperação da corporeidade e o restabelecimento da vida humana em sua integridade mediante a união do corpo com a alma, mas também um estado totalmente novo da mesma vida humana.
(...)
As palavras pronunciadas por Cristo sobre a ressurreição nos permitem deduzir que a dimensão de masculinidade e feminilidade – isto é, o ser, no corpo, homem e mulher – será reconstituída juntamente com a ressurreição do corpo, no “novo século”.
(...)
Não se trata de transformação da natureza humana em natureza angélica, isto é, puramente espiritual. O contexto indica claramente que o homem conservará no “outro século” a própria natureza humana psicossomática. Se fosse de outra maneira, não teria sentido falar de ressurreição. Ressurreição significa a restituição da corporeidade humana à verdadeira vida, que foi submetida à morte na fase temporal.
(...)
A ressurreição dá testemunho, ao menos indiretamente, de que o corpo, no conjunto do ser humano, não está unido somente temporalmente à alma (como se o corpo fosse apenas uma “prisão” terrena da alma, como julgava Platão”), mas que, juntamente com a alma, o corpo constitui a unidade e a integridade do ser humano.
(...)
Efetivamente, a verdade da ressurreição afirma claramente que a perfeição escatológica e a felicidade do homem não podem ser entendidas como um estado somente da alma, separada (“liberada”, segundo Platão) do corpo, mas que é preciso entendê-la como o estado do homem definitivamente e perfeitamente “integrado”, através de uma união tal da alma com o corpo, que qualifica e assegura definitivamente essa integridade perfeita.

Traduzido do site do Vaticano

Disponível em espanhol em: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1981/documents/hf_jp-ii_aud_19811202_sp.html

domingo, 12 de abril de 2009

Feliz Páscoa!!!



Ressurexit, sicut dixit, alleluia!

Ressuscitou, como havia dito, aleluia!

sábado, 11 de abril de 2009

Se eu confessar meus pecados, serei perdoado?

Pergunta: Se eu confessar meus pecados, serei perdoado? Tenho sido viciado em pornografia e masturbação por muitos anos, e somente hoje percebi a gravidade da situação com relação ao cristianismo! Houve um tempo em que quis parar, e agora saber dessa gravidade me dá muito mais vontade de tentar com mais ardor. Então, se eu procurar a confissão – serei perdoado desses muitos anos de pecado? Se não, quais os outros métodos para me tornar limpo dos meus pecados?

Resposta: O Sacramento da Reconciliação (Confissão) é o meio mais poderoso e eficaz dado à humanidade por Nosso Senhor Jesus Cristo, através do qual podemos limpar-nos de todos os pecados, por mais sérios que tenham sido.

Primeiramente, é importante dizer que a totalidade dos pecados da humanidade, cometidos por todos os séculos da história humana, são insignificantes quando comparadas à infinita misericórdia de Deus.

Nenhum ser humano é capaz de cometer um pecado que seja tão horrendo, tão mau ou sério que esteja além da misericórdia de Deus. Entretanto, o demônio gostaria de nos convencer do contrário, mas fique atento a isso e não lhe dê atenção.

De acordo com o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (n. 201):

“A Igreja tem a missão e o poder de perdoar os pecados, porque o próprio Cristo lhe conferiu esse poder: ‘Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados lhe serão perdoados; a quem retiverdes os pecados ser-lhe-ão retidos’” (João 20, 22-23).

Lembre-se, quando estiver fazendo sua confissão, que você está na presença de Cristo, e então faça sua confissão a Ele nesse contexto. O sacerdote, que foi escolhido por Deus, age “In Persona Christi” (na pessoa de Cristo), e, portanto, ele exerce o poder de Cristo ao perdoar os seus pecados.

Prepare-se bem, conte ao sacerdote todos os seus pecados, lembrando-se deles o melhor que puder.

Mas saiba também que, durante sua confissão, se você esquecer de mencionar algum pecado, honestamente e sinceramente, mesmo que seja um pecado mortal, ainda assim você será perdoado de todos os seus pecados.

Então, para responder à sua pergunta – Sim, fazendo uma confissão completa, sincera, humilde e contrita, no momento que o sacerdote disser a oração da absolvição: “Eu te absolvo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, sua alma estará tão limpa e santa como estava no seu batismo.

Verdadeiramente essa é a manifestação do poder e da Misericórdia de Deus, em todo o Seu amor.

Deus o abençoe! Certamente você estará em nossas orações diárias.

Fraternalmente em Cristo,

Paul Rasavage
Membro dos “Serenellians”

Traduzido e adaptado do site www.pornnomore.com

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Amor e responsabilidade



Por Karol Wojtyla


Talvez em nenhum lugar mais do que nesta parte do livro o seu título “Amor e responsabilidade" pareça tão atual. Há no amor uma responsabilidade, assumida com a pessoa que se atrai à estreita comunhão do ser e do agir e que, por causa da sua entrega, passa a ser de algum modo a nossa propriedade. E por isso também se assume uma responsabilidade pelo próprio amor: será ele bastante maduro e profundo para, nos seus limites, não desiludir a enorme confiança da outra pessoa, nem a esperança renascida do seu amor de que se entregando não perderá a sua “alma”, mas ao contrário encontrará uma maior plenitude da sua existência ou tudo isso virá a ser uma mera decepção?

A responsabilidade pelo amor se reduz, como se vê, à responsabilidade pela pessoa; dela emana e para ela também retorna. Precisamente por isso esta responsabilidade é imensa. Mas só pode compreendê-la aquele que possui a plena consciência do valor da pessoa. Aquele que só é capaz de reagir aos valores sexuais vinculados à pessoa e nela salientados, mas não vê o valor da mesma pessoa, confundirá continuamente o amor com o erotismo, e complicará a sua vida e a dos outros, pervertendo para si e para os outros o próprio sentido do amor, o seu “gosto” essencial. Aquele “gosto” essencial do amor está ligado na realidade, ao sentido de responsabilidade pela pessoa. Neste sentido, afinal, se oculta a preocupação pelo bem verdadeiro da pessoa – quintessência de todo altruísta, e ao mesmo tempo um sinal infalível de um certo alargamento do próprio “eu”, da própria existência – por este “outro eu” e por esta outra existência, que é para mim tão próxima como a minha própria. O sentido da responsabilidade pela outra pessoa costuma estar cheio de preocupações, mas não é nunca em si mesmo triste ou doloroso. De fato, nele desabrocha não o estreitamento ou o empobrecimento do ser humano, mas precisamente o seu enriquecimento e alargamento. Por isso, também o amor isolado do sentido da responsabilidade pela pessoa é uma negação de si mesmo, é sempre e por via de regra egoísmo. Quanto maior é o sentido de responsabilidade pela pessoa tanto maior será o verdadeiro amor.

(...)

O verdadeiro amor, o amor intrinsecamente pleno, é aquele em que escolhemos a pessoa por ela mesma, não só como o parceiro da vida sexual, mas a pessoa à qual se deseja entregar a vida. Os valores sexuais, vibrantes na vivência sensitiva e afetiva, acompanham esta decisão; eles contribuem para a sua nitidez psicológica, mas não constituem a sua profundidade. O “âmago” da escolha de uma pessoa deve ser pessoal, e não somente sensual. A vida verificará o valor da escolha, assim como o valor e a verdadeira grandeza do amor. O amor é testado ao máximo quando se enfraquece a vivência afetivo-sensual, quando os valores sexuais cessam em certo modo de atuar. Então ficará só o valor da pessoa e aparecerá a verdade intrínseca do amor. Se este amor foi uma verdadeira entrega e pertença de pessoas, então não só resistirá, mas até se fortalecerá e aprofundará. Se, porém, ele foi uma sincronização da sensualidade e da emoção, então perderá sua razão de ser e as pessoas engajadas nele ficarão de repente no vazio. É preciso levar seriamente em conta que todo amor humano deve passar por uma prova e que só então se manifestará o seu verdadeiro valor.
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Trecho do livro “Amor e Responsabilidade”, do então Cardeal Karol Wojtyla, depois Papa João Paulo II. Págs 113-117.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Triangulação Trinitária

Por Pe. Samuel Medley

“Eu estou bem. Eu sei onde estamos. Estamos aqui... eu acho”. Eu era líder de um grupo de escoteiros mais jovens do que eu, treinando-os em orientação. Eles tinham um mapa e uma bússola, mas seu erro era que tinham somente um ponto de referência no terreno. “Vocês têm que olhar para aquele grupo de árvores na frente de nós e para aquela montanha atrás de nós, e então poderão saber onde estão no mapa”. Dentro de poucos minutos eles tinham triangulado nossa localização e não estávamos mais perdidos. Eles logo desenvolveram um plano para nos levar onde queríamos chegar.

Do mesmo modo, um navio no oceano usa esse princípio para manter a rota. Os antigos marinheiros usavam um instrumento chamado sextante para triangular suas coordenadas. Assim também ocorre com o sentido humano da visão, que usa três pontos: o objeto e dois olhos que formar um triângulo de visão que permite a uma pessoa ter percepção de profundidade, coordenando assim o movimento de todo o corpo. A Santíssima Trindade nos acompanha de perto durante esse tempo de final de Quaresma. Ela faz isso através das leituras do Evangelho, que sempre refletem as relações dentro da Trindade. Por que? Depois de algumas semanas de disciplina e penitência quaresmal é que estamos prontos para ouvir Deus nos falando sobre nossa própria redenção, especialmente a redenção de nossos corpos. O que Ele vai dizer? Ele irá nos colocar em uma triangulação entre três pontos, para nos mostrar como necessitamos ser curados e chegar à plenitude da comunhão trinitária da Páscoa.

O Papa João Paulo II usa o mesmo princípio quando reflete sobre a redenção do corpo, nas catequeses proferidas entre 1979 e 1984 que depois se tornaram conhecidas como “Teologia do Corpo”. Ele nos mostra três pontos: de onde viemos (o homem original), onde estamos agora (o homem histórico), e para onde estamos indo (o homem escatológico). Essa é a base de sua antropologia bíblica. Ele nos coloca diretamente nas palavras de Jesus, como se estivéssemos começando uma conversa com Jesus sobre nossos próprios corpos.

Foi Jesus, em um diálogo com os fariseus, que os levou de volta ao princípio (ver Mateus 19, 3-8), a fim de revelar o plano original do Pai que está escrito no coração e no corpo de cada pessoa humana. Então, no sermão da montanha ele levou o povo para o coração do homem histórico, ferido pelo pecado, porém remido pela graça (ver Mateus 5, 27-28), para levar nossos corações e corpos para além da nossa condição atual, rumo a um novo caminho de vida. Finalmente, em seu diálogo com os saduceus Ele nos mostra como serão nossos corpos no mundo que há de vir (ver Mateus 19, 3-9); Marcos 10, 2-12), para nos mostrar a direção que precisamos seguir.

Os padres e religiosos possuem um chamado especial, não apenas para saber de onde vieram, onde estão, e para onde vão, mas também para mostrar aos outros esse caminho. Isso é bonito na teoria, mas na prática, como se mostra?

Deixe-me compartilhar com vocês uma história que ilustra como isso funciona em um modo bem concreto. Havia uma pequena menina em um orfanato que conheci; a menina estava muito zangada. Ela estava cheia de ira. Seu pai tinha abusado dela, e a machucado profundamente enquanto jovem criança. A primeira vez que a vi, pude perceber que estava sofrendo. Sorri para ela, mas quando ela devolveu meu sorriso, vi que até mesmo o seu sorriso estava cheio de raiva. Eu sabia que ela tinha que conhecer o plano de Deus, que a havia criado em Cristo antes do início do mundo (Efésios 1, 4; 2, 10), de modo que ela pudesse ver qual era identidade antes que qualquer tipo de pecado tivesse entrado em sua vida. Mas ao mesmo tempo, eu sabia que ela tinha que tomar consciência do lugar exato onde estava no momento, reconhecendo suas feridas, para que pudesse se tornar a mulher que Deus a estava chamando a ser.

A fim de ajudá-la e ajudar outras crianças, tivemos um retiro de cinco dias, onde todas as crianças do orfanato tinham que abrir a Bíblia e discutir entre elas. Elas faziam encenações de passagens da Bíblia e da vida dos santos. Elas passavam tempo na adoração eucarística e rezando o terço. Particularmente tocante foi ver as pequenas crianças se prostrando no chão em adoração. A pequena menina começou a chorar no final do segundo dia. Ela chorou por cinco dias. Parecia que saía veneno de seus olhos na forma de lágrimas, o veneno que ela tinha guardado consigo por tempo demais.

No último dia do retiro eu presenciei uma das coisas mais bonitas que já vi na vida – ela sorriu. Ela deu um sorriso livre de ira, livre da dor, um sorriso que tinha suas raízes no seu verdadeiro Pai, o Pai que não tem Pai, de onde descende toda paternidade (Mateus 23, 9), o Pai que a havia criado desde o princípio para viver uma vida em Jesus Cristo. Ela estava livre. Ela estava curada. Ela me disse: “Obrigada por me ensinar a sorrir”. Nos lhe mostramos como ver a si mesma com os olhos da Santíssima Trindade. Ela tinha entrado na triangulação trinitária.

Olhar uma pessoa com os olhos do Pai é ver o plano original de Deus nela. Ao ver uma pessoa com os olhos de Jesus Cristo nós vemos e aceitamos inteiramente a situação exata que estão vivenciando no momento, incluindo sua dor e fraqueza crucificadas, sem ignorar todas as tentações e sofrimentos que estão passando, mas mostrando-lhes que aceitamos totalmente onde estão no momento. Então o Espírito Santo nos mostra a distância entre quem eles foram criados para ser e onde estão agora, e vê-los com os olhos do Espírito Santo é preencher o vazio dessa distância com amor. É assim que levamos as pessoas a terem a comunhão da Santíssima Trindade em seus corações e em seus corpos.

Fiquei surpreso ao ver minha jovem amiga no orfanato um ano depois. Ela estava vestindo um véu de esposa de Cristo. Ela correu na minha direção e me abraçou, e enxugou suas lágrimas em meu ombro, e disse, “Agora estou ensinando outras pessoas a sorrir”.
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O Pe. Samuel Medley é sacerdote da congregação de Nossa Senhora da Santíssima Trindade, servindo como formador de religiosos e seminaristas em “Our Lady of Corpus Christi”. Ele ensina “Teologia do Corpo no nível das ruas”, continuando o trabalho de “popularização”, mas também ensina no nível universitário, para que outros possam aprender a ensinar também. Embora tenha quatro diplomas de faculdade, ensine em dez instituições diferentes de ensino superior, e fale em dez idiomas diferentes, seu lugar favorito é como missionário nas ruas com os pobres e sofredores. É para eles, os menores dos irmãos, que ele deseja especialmente trazer a Boa Nova da Teologia do Corpo.


Traduzido do Site Catholic Exchange – Theology of the body
http://tob.catholicexchange.com/2009/03/23/651/


A página do Pe. Samuel Medley na Internet, onde você pode ver e ouvir suas palestras sobre Teologia do Corpo, é:
TOB on street level
http://tobonthestreet.blogspot.com/

terça-feira, 7 de abril de 2009

Vídeo - Jason Evert - Se nos amarmos, então o sexo está ok?

Hoje o post é mais um vídeo curto legendado do Jason Evert. O vídeo anterior (clique aqui para ver esse também) teve uma recepção muito boa, o que me motivou a legendar mais um. Dessa vez, a pergunta que Jason responde é a seguinte: "Se nos amamos, podemos ter sexo?".

Basta clicar no player abaixo para ver a resposta do Jason. Se der algum problema, o link para o You Tube está aqui.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Se uma garota sofre um estupro, o melhor para ela é fazer um aborto?

Há alguns anos atrás, na antiga Iugoslávia, um grupo de soldados entrou em um convento e estuprou uma freira chamada Irmã Lucy Vertrusc. Ela ficou grávida por conta do estupro. Irmã Lucy teve que encarar uma decisão: mantenho a criança, cuja face será um ícone do homem que me violentou? Ela escolheu a vida, e disse, “Eu serei mãe. A criança será minha e de ninguém mais... Alguém tem que começar a quebrar a cadeia de ódio que tem sempre destruído nossos países. E, portanto, ensinarei à minha criança apenas uma coisa: o amor. Essa criança, nascida de uma violência, será, junto comigo, uma testemunha de que a única grandeza que dá honra a um ser humano é o perdão” (1). Ela sabia que o bebê não merecia a pena de morte por causa do crime que seu pai cometeu.

Mulheres que abortam crianças que foram concebidas por estupro geralmente dizem que levou mais tempo para se recuperar do aborto do que do estupro. Quando uma mulher é estuprada, será que já não é suficiente a dor emocional que ela já tem? Será que ela vai se sentir mais reconfortada se o sofrimento do estupro é acrescido com a culpa de saber que ela tirou a vida de seu filho? Será que ela já não foi violada o suficiente? Essa é a hora que ela precisa ser amparada e imersa no amor, de modo que se possa tirar algum bem da tragédia do estupro.

O aborto não causa apenas profundos danos emocionais para uma mulher. Pesquisadores descobriram que ter um aborto diminui a expectativa de vida de uma mulher. Seu corpo não consegue lidar com o trauma de terminar uma gravidez assim de modo não-natural e violento. Pesquisas mostram que, se uma garota abaixo de 18 anos tem um aborto de um bebê com mais de oito semanas de vida, a chance da mãe desenvolver câncer de mama aumenta 800 por cento (2).

Outros riscos advindos com o aborto incluem a laceração do colo do útero, perfuração do útero, embolia pulmonar, choque circulatório, necessidade de histerectomia (retirada do útero), edema cerebral, coma, convulsões, falha dos rins, doenças inflamatórias da pélvis, esterilidade, um aumento de 50 por cento na possibilidade de um futuro aborto espontâneo, um aumento de 200 por cento na possibilidade de gravidez ectópica (gravidez que ocorre na trompa de falópio e que é de alto risco), e morte da mãe (3). Isso não é jeito de se tratar uma mulher que já sofreu o suficiente por causa do estupro.
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(1) Irmã Lucy Vertrusc, carta à superiora religiosa. Como reportado em Going the Distance, Envoy, Janeiro-Fevereiro 2000, 7.
(2) Kahlenborn, Breast Cancer, 22.
(3) Wilson, Love & Family, 298-305.


Trecho do livro “If you really loved me”, de Jason Evert. San Diego: Catholic Answers, 2003. pg. 176-177.