sexta-feira, 12 de junho de 2009

Danos emocionais causados pelos anticoncepcionais

Por Dr. Gerard van den Aardweg (The Edith Stein Foundation)


A contracepção sistemática – e a esterilização – é parte da vida moderna. Milhões de mulheres por todo o mundo, dentro e fora do casamento, usam anticoncepcionais hormonais (na maioria dos casos, a pílula) e, no que depender da agenda de organizações como a International Planned Parenthood Federation (IPPF) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), muitos outros milhões usarão. Em países onde existe o hábito intenso de uso da pílula, como na Holanda, ainda há aumentos nas taxas de uso de pílula entre garotas adolescentes (27% entre 1990 e 2000), de modo que metade delas agora estão na pílula. Com poucas exceções, isso não parece ser motivo de alarme para ninguém, porque a contracepção moderna é vista como um progresso maravilhoso e benéfico para as mulheres. Entretanto, no horizonte estão se formando nuvens negras, embora aqueles que as vislumbram preferissem não vê-las: está se tornando cada vez mais claro que compostos hormonais não apresentam a efetividade que se esperava, e ainda pior, que os riscos médicos são mais sérios do que sempre se pensou. A vantagem de menos casos de câncer de ovário é suplantada em muito pelos aumentos nos riscos de câncer de mama e câncer cervical, e devemos acrescentar os riscos de trombo-embolismo e a escalada das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), facilitadas pelas relações esterilizadas artificialmente via anticoncepcionais, e pela crescente promiscuidade.

Esses perigos são suficientemente reais, e certamente serão reconhecidos um dia, assim como as danosas consequências do fumar crônico são hoje admitidas. Mas há outros graves efeitos da contracepção que recebem ainda menor atenção, embora sejam muito comuns: a contracepção causa danos às camadas emocionais mais profundas da psique (alma) da mulher, e sufoca as necessidades femininas básicas. Embora a contracepção seja promovida como liberalizante para as mulheres, na realidade ela é psicologicamente traumatizante; inicialmente talvez de maneira sutil, mas cada vez mais de maneira manifesta no longo prazo. Fundamentalmente, a contracepção frustra a maturação da natureza psicológica da mulher, não apenas a esteriliza biologicamente, mas a prejudica psicologicamente. O resultado é uma crescente tensão e insatisfação interna. A conexão com a relação esterilizada por contraceptivos pode não ser tão óbvia para a mulher, ou pode ser negada (a “negação” é um mecanismo de defesa comum). O dano emocional do uso dos anticoncepcionais pode se apresentar de uma variedade de maneiras, desde humor depressivo e sintomas psicossomáticos até problemas de comportamento e de convivência. Falando de modo simples e generalizado, a contracepção pode ser satisfatória em um nível mais superficial, satisfazendo certas necessidades centradas no “eu”, mas ao mesmo tempo “suga” a felicidade interior e o senso de significado e de plenitude pessoal. Ela oferece algumas recompensas imediatas, porém às custas da perda da alegria interior.

Essas coisas normalmente não são óbvias à primeira vista. Não se pode “medir” os danos psicológicos dos anticoncepcionais com uma simples pesquisa ou questionário. Entretanto, pode se tornar evidente de muitas formas: primeiramente, quando uma mulher expressa seus sentimentos sem justificativas e auto-defesas, “abrindo o coração” sem reservas para uma pessoa de sua confiança, um amigo, talvez um médico, um psicoterapeuta, ou um sacerdote. Pode também se tornar evidente depois que uma mulher interrompe o uso de anticoncepcionais e volta a uma vida sexual mais natural. Normalmente ela experimentará isso como uma libertação e como um florescer de seu relacionamento (claro que muitas outras coisas estarão acontecendo durante tal “conversão”, mas aqui sublinho somente o fator do alívio emocional). Em segundo lugar, pode ser evidente indiretamente, a partir da emocionalidade e às vezes da hostilidade das reações de algumas mulheres quando falam de si com relação aos hábitos contraceptivos. Muitas são excessivamente defensivas, ambivalentes e inquietas. Uma razão pela qual essas coisas são pobremente compreendidas é a muitas vezes superficial e anormal psicologia da mulher prevalente hoje. A importância das conquistas educacionais e profissionais, e a “independência” para a auto-realização feminina são altamente superestimadas. Na verdade, suprir essas necessidades contribui apenas secundariamente para a auto-realização da mulher, considerando-se seus instintos mais essenciais: dar amor e vida. A aspiração mais profunda da psique da mulher é dar amor, de modo duplo: como companheira de um homem e como mãe. Ela não é feliz realmente se não puder fazer isso, seja por resistir ela mesma a esse instinto, ou seja por ser pressionada a frustrá-lo (por exemplo, pelo seu amante ou marido). Portanto, pela natureza a alma de uma mulher inclina-se a se abandonar completamente por amor; mais profundamente, com mais sensibilidade e mais inteiramente do que o homem. Isso implica seu poder especial para se sacrificar por amor e para sofrer pelos outros por amor. É claro que ela deseja amor em troca, e seu poder de amar a torna especialmente vulnerável quando seu amor não recebe resposta. De fato ela pode se sacrificar mesmo nesse caso; ela muitas vezes permanece fiel a um marido difícil ou egoísta ou a crianças ingratas. Ao contrário do que geralmente se afirma, esses “papéis” femininos de companhia e de mãe não são hábitos culturais aprendidos, são dimensões psicológicas distintivas inatas. Estão relacionadas ao senso especial das mulheres para a beleza e a sacralidade de seu poder procriador. Seria um erro ver a percepção da natureza sagrada da sexualidade, do amor íntimo homem-mulher, e uma nova vida, como uma noção tipicamente cristã. Ao contrário, é uma consciência humana universal, que é ainda mais intensamente sentida em muitas culturas não-ocidentais do que na nossa presente sociedade. Na verdade, é nossa insensibilidade com relação a essa experiência natural que é o produto do condicionamento cultural e da repressão.
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Traduzido de: http://www.theedithsteinfoundation.com/page.php?p=The%20Psychology%20of%20Contraception

(c) The Edith Stein Foundation

* Sobre métodos naturais de espaçamento do nascimento dos filhos, de acordo com a doutrina Católica, com eficácia igual ou superior à dos outros métodos, sem necessidade de recorrer a química nem outros artifícios, consulte outros artigos na seção "Anticoncepcionais" desse blog, artigos com referência ao "Planejamento Familiar Natural".
http://vidaecastidade.blogspot.com/2009/05/planejamento-familiar-natural-ou.html

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