segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dançando na chuva

Por Dave Sloan

Recebi um e-mail outro dia de uma garota com quem estou paquerando. Nós só saímos juntos algumas vezes, mas eu a acho maravilhosa. De qualquer modo, um encontro nosso não foi tão bem assim, porque estávamos muito nervosos. Então ela mandou esse recado simpático que me deu esperanças de que poderemos ainda continuar nos conhecendo melhor.

Quando eu recebi esse e-mail fazia quase zero grau lá fora, e chovia, com uma pequena camada de gelo no chão. Estava tão feliz, que não pude me conter, não podia ficar em casa. Tinha que sair e celebrar. A pouco mais de 1 km de minha casa há uma capela que fica aberta todo tempo, então decidi caminhar até lá e compartilhar as boas notícias com Deus. Enquanto caminhava, levantei minha face para sentir a chuva batendo no meu rosto, junto com um pouco de neve. A beleza e o estupor disso foi tão forte que pensei que iria explodir. Ia fazendo pequenos passos de dança, rezando e louvando, e erguendo minhas mãos para o céu em júbilo por ter a luz de uma mulher tão maravilhosa iluminando minha vida.

Enquanto fazia meu passeio de celebração rumo à capela, o calor do meu corpo evaporava a água assim que ela caía, e eu me mantinha aquecido e seco. Era como mágica. Então comecei a pensar sobre toda essa maravilha que estava sentindo. Eu me perguntava se era certo encontrar tanta alegria e tanta esperança com base somente em um pouco de interesse e de consideração vindos de uma pessoa que eu mal conhecia. Por um momento me preocupei, pensei que isso fosse uma espécie de delírio. Talvez estivesse exagerando muito o significado do interesse dela por mim. Mas, e se ela estivesse realmente interessada, e a alegria que estava sentindo continuasse a crescer? Então, o que aconteceria se ela mudasse de idéia e parasse de me ver e de me mandar esses recados legais? Talvez eu estivesse construindo um grande desapontamento para mim que poderia me levar – quem sabe – a uma depressão, se eu não tomasse cuidado.

Mas, no fundo do meu coração, eu sabia que o que eu estava sentindo era bom. Eu sabia que vinha de Deus. Ele me fez capaz de me importar tanto e de ficar assim tão feliz por causa de uma outra de suas criaturas. Eu percebi que só precisava completar minha alegria levando-a a Ele.

Ao invés de negar o quanto essa mulher é realmente maravilhosa, eu simplesmente precisava reconhecer que Deus é Aquele que a fez assim tão maravilhosa. Ao invés de reprimir meu desejo de ver seu sorriso e de ouvir sua voz, eu simplesmente precisava completar esse desejo com o desejo por Aquele que a fez tão bela. Se eu permito que meu desejo pela criatura me leve para o céu e me ajude a desejar seu Criador, então saberei que nunca ficarei desapontado.

O Deus que fez a chuva fria da noite tão pura e que me mantém aquecido no meio dela, é o mesmo Deus que fez a mecha fina e preta dos seus cabelos que descem ao redor de sua face e gentilmente repousam bem perto do seu sorriso que me derrete. Deus quer que eu me regozije, me deleite, com sua criação, mas Ele não quer que eu pare aí. Ele quer que eu me regozije e deleite ainda mais no Criador de toda a criação; Ele quer “dançar” comigo com alegria aqui nesse mundo, e continuar “dançando” pela eternidade no paraíso.

Eu fui para a Capela, me ajoelhei, e pedi a Deus que aproveitasse esse tempo em minha vida, com essa vitalidade e otimismo renovados, para que me trouxesse uma poderosa conversão em meu coração. Eu pedi a Ele que me tornasse o tipo de homem que Ele deseja para minha nova amiga. Eu pedi que Ele me desse as virtudes, a força, a honra e o carinho que fariam o anjo da guarda dela dançar de alegria, caso ela se case comigo um dia. E eu pedi a Deus por essas coisas sem pedir a Ele que me desse ela.

Porque eu não sei se Deus quer que eu me case com ela. Eu acho que Deus quer que a conheça melhor, e comece sendo um irmão para ela. E eu sei que Deus quer me trazer um bem muito grande com esse meu desejo por ela. Eu sei que Ele quer me ensinar sobre Seu desejo por mim, e por ela, e por todos os seus filhos. E eu sei que Ele quer que eu dance na chuva fria da noite para louvá-lo, como eu fiz.

Portanto, estou encorajado. Não tenho medo de apostar nessa chance com meu coração. Não tenho medo de tentar amar essa mulher, de doar a ela algo de mim. Eu sei que o Deus que me fez desejar me doar assim irá me dar muito em troca. E eu sei que Ele vai me dar a graça de nunca usar essa mulher, mas apenas de dar a ela as coisas que Ele deseja para sua filha amada e preciosa.

Há tanto amor que permanece escondido por trás de um véu de mistério. A cada dia descubro mais o quanto permanece desconhecido e inalcançável. Mas isso eu faço agora; isso eu rezo, e continuarei rezando: “Deus do desejo, meu desejo é por Ti”.
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Traduzido e adaptado de "God of Desire":
http://godofdesire.squarespace.com/dancing-in-the-sleet-and-rain/

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