sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!!!


Nesta noite de Natal, em que nos reunimos para celebrar a vinda de Deus entre nós, precisamos parar um pouco para contemplar esse maravilhoso mistério.

Muitas vezes a verdade e a beleza de Deus são tão estupendas que desistimos de entender. É nesse momento que nos voltamos para coisas que estão mais ao nosso alcance... ceia... presentes... e tudo mais...

Mas, apesar de serem mais fáceis de entender e estarem mais ao nosso alcance, no final do dia as caixas de presente e os pratos da ceia estarão vazios... A única coisa que vai permanecer no final de tudo é o mistério do Natal. O que vai permanecer no final é um Deus que se fez carne, e se revelou em um bebê envolto em panos. O Senhor do Universo poderia ter vindo a nós da maneira que quisesse. Ele escolheu essa maneira. Ele escolheu ser vulnerável. Afinal de contas, em última instância, isso é o amor: tornarmo-nos vulneráveis pelo bem do outro.

Então, que presentes devemos trazer para o aniversário do Rei dos Reis? Nós podemos cooperar com a graça naquilo que Ele mesmo deseja ardentemente para nós: que estejamos um dia unidos em sua pátria celeste.

Nesta noite de silêncio não encontramos um Deus zangado e vingativo. Encontramos, ao invés, um bebê, que deseja ser tomado nos nossos braços, para que possamos enchê-lo de beijos e carinhos.

E lá no fundo do nosso coração, invisível aos olhos, está o segredo mais feliz do Natal: que essa criança nos procurou e nos encontrou. Que um dia estávamos perdidos, e fomos achados.

Este é o grande presente que colocamos hoje aos pés da nossa árvore de Natal: voltar para a fonte da graça, o menino Jesus, e trazer alguém conosco.

De todo coração desejamos um Feliz Natal!
Deus os abençoe!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Nota da Congregação para a Doutrina da Fé

Sobre a banalização da sexualidade
A propósito de algumas leituras de «Luz do mundo»

Por ocasião da publicação do livro-entrevista de Bento XVI, «Luz do Mundo», foram difundidas diversas interpretações não correctas, que geraram confusão sobre a posição da Igreja Católica quanto a algumas questões de moral sexual. Não raro, o pensamento do Papa foi instrumentalizado para fins e interesses alheios ao sentido das suas palavras, que aparece evidente se se lerem inteiramente os capítulos onde se alude à sexualidade humana. O interesse do Santo Padre é claro: reencontrar a grandeza do projecto de Deus sobre a sexualidade, evitando a banalização hoje generalizada da mesma.

Algumas interpretações apresentaram as palavras do Papa como afirmações em contraste com a tradição moral da Igreja; hipótese esta, que alguns saudaram como uma viragem positiva, e outros receberam com preocupação, como se se tratasse de uma ruptura com a doutrina sobre a contracepção e com a atitude eclesial na luta contra o HIV-SIDA. Na realidade, as palavras do Papa, que aludem de modo particular a um comportamento gravemente desordenado como é a prostituição (cf. «Luce del mondo», 1.ª reimpressão, Novembro de 2010, p. 170-171), não constituem uma alteração da doutrina moral nem da praxis pastoral da Igreja.

Como resulta da leitura da página em questão, o Santo Padre não fala da moral conjugal, nem sequer da norma moral sobre a contracepção. Esta norma, tradicional na Igreja, foi retomada em termos bem precisos por Paulo VI no n.º 14 da Encíclica Humanae vitae, quando escreveu que «se exclui qualquer acção que, quer em previsão do acto conjugal, quer durante a sua realização, quer no desenrolar das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação». A ideia de que se possa deduzir das palavras de Bento XVI que seja lícito, em alguns casos, recorrer ao uso do preservativo para evitar uma gravidez não desejada é totalmente arbitrária e não corresponde às suas palavras nem ao seu pensamento. Pelo contrário, a este respeito, o Papa propõe caminhos que se podem, humana e eticamente, percorrer e em favor dos quais os pastores são chamados a fazer «mais e melhor» («Luce del mondo», p. 206), ou seja, aqueles que respeitam integralmente o nexo indivisível dos dois significados – união e procriação – inerentes a cada acto conjugal, por meio do eventual recurso aos métodos de regulação natural da fecundidade tendo em vista uma procriação responsável.

Passando à página em questão, nela o Santo Padre refere-se ao caso completamente diverso da prostituição, comportamento que a moral cristã desde sempre considerou gravemente imoral (cf. Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, n.º 27; Catecismo da Igreja Católica, n.º 2355). A recomendação de toda a tradição cristã – e não só dela – relativamente à prostituição pode resumir-se nas palavras de São Paulo: «Fugi da imoralidade» (1 Cor 6, 18). Por isso a prostituição há-de ser combatida, e os entes assistenciais da Igreja, da sociedade civil e do Estado devem trabalhar por libertar as pessoas envolvidas.

A este respeito, é preciso assinalar que a situação que se criou por causa da actual difusão do HIV-SIDA em muitas áreas do mundo tornou o problema da prostituição ainda mais dramático. Quem sabe que está infectado pelo HIV e, por conseguinte, pode transmitir a infecção, para além do pecado grave contra o sexto mandamento comete um também contra o quinto, porque conscientemente põe em sério risco a vida de outra pessoa, com repercussões ainda na saúde pública. A propósito, o Santo Padre afirma claramente que os preservativos não constituem «a solução autêntica e moral» do problema do HIV-SIDA e afirma também que «concentrar-se só no preservativo significa banalizar a sexualidade», porque não se quer enfrentar o desregramento humano que está na base da transmissão da pandemia. Além disso é inegável que quem recorre ao preservativo para diminuir o risco na vida de outra pessoa pretende reduzir o mal inerente ao seu agir errado. Neste sentido, o Santo Padre assinala que o recurso ao preservativo, «com a intenção de diminuir o perigo de contágio, pode entretanto representar um primeiro passo na estrada que leva a uma sexualidade vivida diversamente, uma sexualidade mais humana». Trata-se de uma observação totalmente compatível com a outra afirmação do Papa: «Este não é o modo verdadeiro e próprio de enfrentar o mal do HIV».

Alguns interpretaram as palavras de Bento XVI, recorrendo à teoria do chamado «mal menor». Todavia esta teoria é susceptível de interpretações desorientadoras de matriz proporcionalista (cf. João Paulo II, Encíclica Veritatis splendor, nn.os 75-77). Toda a acção que pelo seu objecto seja um mal, ainda que um mal menor, não pode ser licitamente querida. O Santo Padre não disse que a prostituição valendo-se do preservativo pode ser licitamente escolhida como mal menor, como alguém sustentou. A Igreja ensina que a prostituição é imoral e deve ser combatida. Se alguém, apesar disso, pratica a prostituição mas, porque se encontra também infectado pelo HIV, esforça-se por diminuir o perigo de contágio inclusive mediante o recurso ao preservativo, isto pode constituir um primeiro passo no respeito pela vida dos outros, embora a malícia da prostituição permaneça em toda a sua gravidade. Estas ponderações estão na linha de quanto a tradição teológico-moral da Igreja defendeu mesmo no passado.

Em conclusão, na luta contra o HIV-SIDA, os membros e as instituições da Igreja Católica saibam que é preciso acompanhar as pessoas, curando os doentes e formando a todos para que possam viver a abstinência antes do matrimónio e a fidelidade dentro do pacto conjugal. A este respeito, é preciso também denunciar os comportamentos que banalizam a sexualidade, porque – como diz o Papa – são eles precisamente que representam a perigosa razão pela qual muitas pessoas deixaram de ver na sexualidade a expressão do seu amor. «Por isso, também a luta contra a banalização da sexualidade é parte do grande esforço a fazer para que a sexualidade seja avaliada positivamente e possa exercer o seu efeito positivo sobre o ser humano na sua totalidade» («Luce del mondo», p. 170).

Fonte: Bollettino

domingo, 12 de dezembro de 2010

Para Refletir

Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: “Tenho algo importante para te dizer”. Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.

De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.

Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: “Por quê?”

Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou “você não é homem!” Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouvi-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.

Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.

Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.

Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda. “Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio” ,disse Jane em tom de gozação.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo “O papai está carregando a mamãe no colo!” Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho “Não conte para o nosso filho sobre o divórcio” Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.



No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.

Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse “Todos os meus vestidos estão grandes para mim”. Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.

A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso… ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração….. Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.

Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse “Pai, está na hora de você carregar a mamãe”. Para ele, ver seu pai carregando sua mãe todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.

Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: “Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo”.

Eu não consegui dirigir para o trabalho…. fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia…Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela “Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar”.

Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa “Você está com febre?” Eu tirei sua mão da minha testa e repeti “Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.

A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouvi-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: ”Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe”.

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama – morta.
Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio – e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!

Autor desconhecido, retirado da internet
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Fonte: http://centrodafamiliacj.wordpress.com/2010/10/05/para-refletir/

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Minha namorada às vezes fica zangada comigo porque eu olho para outras garotas. O que devo fazer?

Por Jason Evert (www.castidade.com)

É compreensível que você se sinta atraído por mulheres atraentes. Esse é o modo com que Deus nos fez. Mas quando nos comprometemos com uma mulher, precisamos usar nossa força de vontade para manter nossos olhos (e nosso coração e mente) para aquela que escolhemos, por respeito a ela. Isso nem sempre é fácil, considerando a maneira com que a maioria das garotas se veste hoje em dia. Mas é sempre possível. Comece deixando de olhar para outras garotas quando sua namorada não estiver com você, e será mais fácil ter controle sobre seus olhos quando sua namorada estiver ao seu lado.



Quando você fixa o olhar em outra mulher, é como se você estivesse dizendo para sua namorada que ela não é o bastante para você. Pode ser que você nem se sinta assim, mas é a mensagem que você passa. Apenas imagine como você se sentiria se ela estivesse sempre olhando e admirando outros rapazes. Para mostrar seu amor por ela, mantenha os olhos nela. Se você vislumbrar uma mulher bonita, volte sua atenção para sua namorada. Quando for sair para um restaurante com ela, sente-se na cadeira voltada para a parede, para que ela saiba que sua atenção está nela e não naquela bonita garçonete que passa ao lado. São esses pequenos desafios em um relacionamento que provam seu amor...

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Traduzido de:
http://www.chastity.com/chastity-qa/how-stay-pure/purity-relationships/my-girlfrien-0

sábado, 4 de dezembro de 2010

E beijo de língua? Tá tudo bem? Todo mundo me diz uma coisa diferente...

Por Jason Evert (www.castidade.com)

Quando se fala de pecados de impureza, muitas pessoas pensam: “Se é um pecado mortal, então eu não quero. Mas se for só pecado venial, então não quero perder!”. Precisamos deixar de lado essa idéia minimalista que se foca em “até onde podemos ir sem ofender a Deus”. Mesmo o menor pecado divide, enquanto a pureza faz nascer o verdadeiro amor. Elizabeth Elliot escreveu em seu livro Passion and Purity: “Como posso falar de alguns beijos imprudentes para uma geração que cresceu sendo ensinada que quase todo mundo vai pra cama com todo mundo? Daqueles que vagueiam no mar da permissividade e dos excessos, será que existe alguém que ainda olhe para o céu em busca do farol da pureza? Se eu não acreditasse que existe alguém assim, sequer me importaria em escrever.” [1]


Eu costumava ter como certo que todo mundo sabia que beijo de língua é sexualmente excitante, especialmente para um rapaz. Mas eu tenho encontrado mulheres que se mostram surpresas quando descobrem que um homem fica sexualmente excitado por um beijo ardente (ou antes dele). O beijo de língua é profundamente unitivo, já que a penetração de uma pessoa dentro de outra é parte daquele “tornar-se um” com ele ou ela fisicamente. Esse beijar ardente e sensual diz para o corpo de um homem que este deve se preparar para o ato sexual, e quando um homem fica excitado, geralmente ele não fica satisfeito enquanto não atinge o ápice.

Portanto, o beijo de língua provoca o corpo com desejos que não podem ser moralmente satisfeitos fora do casamento. Para o casal que está guardando o sexo para o casamento, o beijo de língua é como um garoto de quinze anos sentado no carro, na saída da garagem, só acelerando o carro estacionado, porque sabe que não tem carteira de motorista.

Eu acredito que o problema moral com beijo de língua é mais difícil de ser entendido pelas garotas, porque elas tendem a se excitar sexualmente de uma maneira mais gradual do que os rapazes. Se a excitação de uma mulher pode ser comparada com um ferro de passar esquentando pouco a pouco, a de um rapaz poderia ser comparada com o acender quase instantâneo de uma lâmpada elétrica. As reações sensuais em um rapaz tendem a ser mais imediatas, e quando a chama da excitação sexual se acende, um homem geralmente quer ir além.

Ele pode até se contentar por uns tempos somente com os beijos. Mas quando um casal tem episódios recorrentes de “amassos” ardentes, e tentam estabelecer os limites nesse ponto, uma das duas coisas vai acontecer: ou os limites originais vão desaparecer, ou então a frustração vai tomar conta de tudo. No primeiro caso, a excitação sexual vai se tornar rotina, e o casal vai começar a justificar novas formas de intimidade física. Talvez eles consigam parar na primeira, na segunda ou na terceira vez, mas gradualmente os antigos limites vão cedendo, porque eles começam a experimentar esse poder intoxicante de ligação que Deus reservou para os cônjuges no casamento.

No segundo caso, um dos dois poderá acabar ouvindo a mesma coisa que essa garota ouviu: “Meu namorado e eu não passávamos de uns 'amassos', mas recentemente ele me perguntou depois que nos beijamos: ‘Você nunca se sente... entediada? Nunca enjoa disso?’”

Frequentemente eu recebo e-mails de casais abstinentes que dizem que realmente se amam e querem permanecer na pureza, mas continuam sempre caindo de novo e de novo nos mesmos pecados sexuais. Eles estimularam esses desejos, e descobriram que eles não são facilmente controlados, uma vez despertos. Esses casais querem ficar em cima do muro, e manter alguma intimidade sexual ao mesmo tempo em que evitam ir “muito longe”. Mas eles estão descobrindo que homem e mulher não foram feitos para funcionar desse modo. A pureza angelical é mais fácil de se viver do que apenas 50% de pureza, porque você não está constantemente provocando a si mesmo.

Entretanto, algumas pessoas dizem que beijo de língua não é lá esse problema todo, e que não tem muita importância. Mas será que não existe algo em você que gostaria que esses beijos significassem algo? Quanto mais damos de nós mesmos, tanto menos valorizamos o dom do nosso corpo e de todo o nosso ser (e as pessoas respondem nos tratando com menos respeito também).



Pergunte a si mesmo o que valem seus beijos. Será que eles são uma maneira de retribuir a um rapaz por uma noite bacana? Será que eles são uma solução para o tédio em um namoro? Será que eles são um modo de encobrir as dores ou a solidão? E pior, será que eles são apenas por pura “diversão”? Se a resposta para qualquer uma dessas perguntas for um sim, então já esquecemos o propósito de um beijo, e o significado da intimidade. Portanto, não trate partes de sua sexualidade como “sem importância”. Todo seu corpo é de uma importância infinita, e isso inclui seus beijos. Quando percebemos isso, o mais simples dos beijos passa a ter um valor inestimável, “não tem preço”, e traz mais proximidade e alegria do que 100 “ficas” ou encontros sexuais casuais.


O que acontece com o jovem bem intencionado é que a intimidade inicial e a excitação de um beijo se enfraquece quando ele ou ela começa a dar esses beijos indiscriminadamente, como quem aperta uma mão. O significado profundo dos simples atos de afeição lentamente se perde. O mundo gosta de nos dizer que estamos ficando mais “habilidosos” no namoro, mas na verdade estamos apenas nos tornando insensíveis.

Então, antes de fazer tudo de novo, pense em guardar a paixão ardente para seu esposo ou esposa. Não apenas sua pureza será um dom e presente para seu cônjuge, ela vai fazer a afeição dele ou dela mais única para você também. No longo prazo isso vai unir os dois muito mais do que todas as “experiências” que o mundo recomenda que você tenha antes de se casar.

No colégio, eu não pensava duas vezes antes de dar esse tipo de beijo. Meu pensamento era que outras pessoas estavam fazendo coisas piores, então não tinha muito problema o que eu fazia. Agora eu desejaria ter guardado esses beijos para minha esposa, ao invés de distribuí-los por aí com garotas que nunca mais vi de novo depois que terminou o tempo de colégio. Mas na época eu não pensava no futuro. Eu apenas via meus colegas de sala e achava que esse era o modo como as coisas eram. Quando meus relacionamentos amadureceram e se aprofundaram, e eu comecei a rezar por eles, eu deixei esse tipo de beijo de lado, porque ele sempre acendia o desejo de ir além. Ele também estava levando os outros aspectos do relacionamento a um segundo plano. Eu sabia no meu coração que não poderia dizer com segurança que esse tipo de intimidade estava agradando a Deus.

Então eu tive uma conversa com uma namorada no começo de um relacionamento, e nós concordamos em fazer esse sacrifício. Isso foi uma grande bênção, e eu imediatamente pude ver como o relacionamento era mais santo e cheio de alegria. Nós nunca éramos perfeitos, mas pela primeira vez eu vi que, quanto mais beijos ardentes havia no relacionamento, menos havia de qualquer outra coisa. Isso foi uma coisa que não pude entender enquanto não experimentei.

Eu encorajo você a dar uma chance, tentar. Deixe de lado os beijos de língua nos namoros, e guarde-os para o casamento. Mantenha a afeição simples. Se é muito difícil para você aceitar isso, então tenha a honestidade de se perguntar porque. Se você não pudesse dar um beijo de língua no seu namorado, isso iria impedir sua capacidade de amá-lo? Será que, deixando de dar um beijo de língua em sua namorada, isso vai impedir sua capacidade de glorificar a Deus ou de levá-la para o céu? O quanto nossas intenções estão direcionadas para nossa gratificação pessoal, e o quanto estão direcionadas para a glorificação de Deus?

Falando em termos simples, a moralidade sexual diz respeito a glorificar Deus com nosso corpo. O modo com que você usa sua sexualidade deve refletir seu amor por Deus e deve expressar o amor de Deus para os outros. Se uma área parece cinzenta, então não entre nela. Faça apenas as coisas que você seguramente sabe que glorificam a Deus.

Se você tem dificuldades nesse assunto, leve isso para a oração. Se você deseja verdadeiramente conhecer a vontade de Deus com relação à pureza, eu sei que Ele vai lhe mostrar. Você tem só que ficar com Ele o tempo suficiente para ouvi-lo. Com certeza, isso é difícil, mas o amor está pronto a sacrificar grandes coisas, bem como as pequenas, pelo bem da pessoa amada.

É cada vez mais comum eu ouvir casais que guardam seu primeiro beijo para o dia do casamento. À primeira vista isso pareceu loucura para mim, mas então eu percebi que eles não estavam evitando os beijos porque achavam que era pecado ou porque não conseguiam se controlar, mas sim porque eles estimavam tanto, viam tanto valor em um simples beijo, que eles desejavam que Deus e o mundo testemunhassem o seu primeiro. Seu primeiro beijo poderia ser oferecido como uma oração.

Com tudo isso que foi dito, não devemos ficar presos em saber o quão próximos podemos chegar do pecado. Quando nossos corações estão bem com Deus, estamos preocupados com o que é verdadeiramente puro, e em como podemos glorificar a Deus com nossos corpos. Queremos que cada um de nossos atos de afeição seja um reflexo do fato de que Deus vem em primeiro lugar em nossas vidas. Enquanto não chegarmos a esse ponto, teremos dias muito difíceis tentando discernir entre o que é amor e o que é luxúria.

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[1]. Elisabeth Elliot, Passion and Purity (Grand Rapids, Mich.: Revell, 1984), 131.

Traduzido de: http://www.chastity.com/chastity-qa/how-far-too-far/kissing/french-kissing-bad-every

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Às mulheres que já abortaram


«Um pensamento especial quereria reservá-lo para vós, mulheres, que recorrestes ao aborto. A Igreja está a par dos numerosos condicionalismos que poderiam ter influído sobre a vossa decisão, e não duvida que, em muitos casos, se tratou de uma decisão difícil, talvez dramática. Provavelmente a ferida no vosso espírito ainda não está sarada. Na realidade, aquilo que aconteceu, foi e permanece profundamente injusto.

Mas não vos deixeis cair no desânimo, nem percais a esperança. Sabei, antes, compreender o que se verificou e interpretai-o em toda a sua verdade. Se não o fizestes ainda, abri-vos com humildade e confiança ao arrependimento: o Pai de toda a misericórdia espera-vos para vos oferecer o seu perdão e a sua paz no sacramento da Reconciliação.

A este mesmo Pai e à sua misericórdia, podeis com esperança confiar o vosso menino. Ajudadas pelo conselho e pela solidariedade de pessoas amigas e competentes, podereis contar-vos, com o vosso doloroso testemunho, entre os mais eloquentes defensores do direito de todos à vida. Através do vosso compromisso a favor da vida, coroado eventualmente com o nascimento de novos filhos e exercido através do acolhimento e atenção a quem está mais carecido de solidariedade, sereis artífices de um novo modo de olhar a vida do homem.»

(João Paulo II, Evangelium Vitae)

O aborto destrói as mulheres psicologicamente

A diretora do Instituto para a Reabilitação da Mulher e a Família (Irma), Mari Carmen Alva, advertiu que o aborto destrói psicologicamente as mulheres já que esta prática anti-vida constitui um forte gerador de estresse e causa uma série de desordens mentais como o síndrome pós-aborto e a depressão.

A perita fez esta precisão na comemoração dos 10 anos da instituição que dirige, a única no México que com limitados recursos econômicos se dedica a tratar a mulheres que passaram pelo trauma do aborto ou que optaram por não exercer sua maternidade.



Alva comenta que “muitas mulheres que abortaram estão mortas em vida, são mulheres que pelo grau de afetação física e psicológica, são mortas viventes. Quando lhes brinda atenção para o síndrome pós-aborto, a todas essas mulheres devolve a vida. São mulheres que voltam a nascer”.

No IRMA, explica Mari Carmen Alva, uma equipe de profissionais da saúde, psicólogas, terapeutas, entre outras, atendem mulheres que sofreram um aborto e em ocasiões este acompanhamento se estende a casais e/ou famílias.

Depois de denunciar que apesar de ter despenalizado o aborto, o Distrito Federal do México não atende as mulheres que padecem a síndrome pós-aborto condenando-as a “padecer em silêncio as conseqüências”, Alva explica alguns dos transtornos mentais que gera esta prática anti-vida.

Segundo os critérios do Manual Diagnóstico Psiquiátrico (DSM-IV), o transtorno depressivo maior, que padece 7 de cada 10 mulheres que passaram pela lamentável experiência de um aborto, caracteriza-se por um estado de ânimo deprimido prolongado que incapacita e que se expressa em tristeza profunda (73 por cento), sentimentos de vazio (63 por cento), transtornos freqüentes de sono (48 por cento), falta de concentração em suas atividades, irritabilidade constante (63 por cento) e idéias suicidas pela dor e tristeza (39 por cento).

Isso gera que quase se triplique o índice de tentativas de suicídio passando de 4 para 11 por cento, além de que dificultam severamente as relações sociais e trabalhistas, provocando o abandono de estudos ou trabalho quase na metade das pacientes.

Mari Cardem Alva e sua instituição alentam as autoridades locais e federais a não fechar os olhos para esta problemática e brindar atenção médica gratuita às mulheres que passaram pela dolorosa prática de um aborto.

Não podem “condená-las a padecer o aborto em silêncio, pois a ferida apenas se fará mais profunda”, concluiu.
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Retirado de: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/18915-o-aborto-destroi-as-mulheres-psicologicamente-adverte-perita-mexicana

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Explicando o que o Papa quis dizer sobre camisinha

Traduzo abaixo artigo do Pe. Joseph Fessio, S.J., disponível em: http://blogs.reuters.com/faithworld/2010/11/23/guestview-did-the-pope-%E2%80%9Cjustify%E2%80%9D-condom-use-in-some-circumstances/


O referido Padre é fundador e editor da Ignatius Press, editora americana do livro "Luz do Mundo", que está causando essa polêmica. A leitura do artigo abaixo é bastante esclarecedora, por isso peço sua atenção.


Obs.: Nos trechos da entrevista do Papa, preferi seguir a minha tradução a partir do inglês, ao invés de copiar a tradução que vem sendo divulgada (feita a partir do italiano, provavelmente), a fim de evidenciar exatamente os problemas dessa mesma tradução.

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O Papa "justifica" o uso de preservativos em algumas circustâncias? A resposta é "não". E também não há, absolutamente, nenhuma mudança na doutrina da Igreja. Não apenas porque uma entrevista do Papa não constitui doutrina da Igreja, mas porque nada do que ele disse difere da perene doutrina da Igreja.

Então porque todas as manchetes dizendo que ele "aprova", ou "permite", ou "justifica" o uso de camisinhas em certos casos?

Essa é uma boa questão. Tão boa que o próprio entrevistador perguntou praticamente a mesma coisa durante a entrevista.

O Papa fez uma afirmação na entrevista, e tal afirmação agora vem sendo largamente citada na imprensa mundial. Imediatamente, o entrevistador, Peter Seewald, colocou essa questão: "Você está dizendo, então, que a Igreja Católica em princípio não está, de fato, se opondo ao uso de camisinhas?

O Papa esclareceu e expandiu seu raciocínio da afirmação anterior.

Então vejamos as duas declarações.

Depois de dizer que: "não podemos resolver o problema [da Aids] com a distribuição de preservativos..." e que: "a fixação exclusiva no preservativo implica uma banalização da sexualidade..." o Papa diz: "Pode haver um fundamento (*) no caso de alguns indivíduos, como talvez quando um "prostituto" [homem] usa um preservativo, onde isso pode ser um primeiro passo na direção de uma moralização, uma primeira assunção [assumir] de responsabilidade, no caminho da recuperação de uma consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer o que se quer. Mas não é realmente [de fato] o caminho para lidar com o mal da infecção por HIV. O caminho só pode realmente [de fato] residir tão somente na humanização da sexualidade"
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(* Nota: Na tradução que vem sendo divulgada, lê-se nesse trecho: "Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto,...")
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Essa é uma declaração altamente qualificada, e muito condicional. Não obstante, ela causou a pergunta de Seewald, acima mencionada. Mas vamos primeiramente olhar com mais atenção para essa declaração. O termo original em alemão para: "Pode haver um fundamento no caso de alguns indivíduos..." é: "Es mag begründete Einzelfälle geben…" A tradução para o inglês, aqui, é fiel e acurada. "Begründete" vem de "Grund" = "ground" (terra, solo, base, terreno), e significa tanto o solo onde nos pomos de pé, quanto um fundamento lógico. Há alguma ambiguidade porque esse termo poderia ter um sentido fraco de "alguma base para", ou um sentido forte de "um fundamento lógico e ético para". É por isso, talvez, que Seewald fez a pergunta seguite, então nos voltaremos para ela daqui a um momento.

É importante notar que há dois erros sérios de tradução na versão italiana das opiniões do Papa, versão a partir da qual muitas reportagens prévias foram baseadas, já que o embargo foi quebrado pelo jornal vaticano L'Osservatores Romano (Essa é outra questão). Em primeiro lugar, o termo alemão "ein Prostituierter", que só pode ser um "prostituto" homem. A palavra normal do alemão para prostituta é "[eine] Prostituierte", que é feminina, e se refere somente a uma mulher. A tradução italiana "uma prostituta" simplesmente inverteu o que o Papa disse.

Igualmente problemático, "giustificati" = justificado, foi usado na tradução italiana de "begründete", arbitrariamente resolvendo a ambiguidade unilateralmente.

O Papa responde: "Ela [a Igreja] não a considera [a camisinha] como uma solução real ou moral, mas, nesse ou naquele caso, pode haver, não obstante, na intenção de reduzir o risco de infecção, um primeiro passo em um movimento direcionado a um caminho diferente, um caminho mais humano de viver a sexualidade".

Em primeiro lugar, uma solução que não é "moral" não pode ser "justificada". Isso é uma contradição, e significaria que algo em si mesmo [intrinsecamente] mau poderia ser "justificado" para se atingir uma finalidade boa. Note: o conceito de "mau menor" é inaplicável aqui. Pode-se tolerar um mau menor; não se pode fazer algo que seja um mal menor.

Mas a distinção crucial aqui é entre a "intenção" do "prostituto" [homem] (qual seja: evitar infectar seu cliente), e o ato em si (qual seja: usar uma camisinha). Já que na quase totalidade das reportagens que eu li essa distinção não foi apresentada, ela pede uma alguma elaboração.

Essa distinção, na filosofia moral, ocorre entre o objeto de um ato e a intenção de um ato. Se um homem rouba a fim de fornicar, a intenção é fornicar, mas o objeto é o ato de roubar. Não há uma conexão obrigatória entre roubar e fornicar.

No caso das opiniões do Papa, a intenção é prevenir a infecção, e o objeto é o uso da camisinha.

Aqui está um exemplo dessa distinção, análogo ao que o Papa disse. Ladrões estão usando canos de ferro para atacar pessoas, e os ferimentos são graves. Alguns ladrões usam canos acolchoados para reduzir os ferimentos, enquanto ao mesmo tempo ainda conseguem debilitar as vítimas o suficiente para o assalto. O Papa diz que a intenção de reduzir os ferimentos (no ato de roubar) pode ser um primeiro passo na direção de uma maior responsabilidade moral. Isso não justifica as seguintes manchetes: "Papa aprova canos acolchoados para o assalto"; "Papa diz que o uso de canos acolchoados é justificado em algumas circunstâncias"; "Papa permite o uso de canos acolchoados em alguns casos".

É claro, poder-se-ia usar moralmente canos acolchoados em algumas circunstâncias, por exemplo como canos revestidos para que a água quente que corre neles não esfrie tão rápido. E poder-se-ia usar camisinhas moralmente em alguns casos, por exemplo, como balões de água. Mas isso também não justifica a manchete "Papa aprova o uso de camisinha", embora no caso dos balões d'água isso pudesse ser verdade. Mas seria uma tentativa intencional de enganar.

Em resumo, o Papa não "justificou" o uso de camisinhas em nenhuma circunstância. E a doutrina da Igreja permanece a mesma que sempre foi - tanto antes quanto depois das declarações do Papa.

E quando o relacionamento à distância dá certo?


Este é o terceiro e último post de uma série sobre relacionamento à distância, atendendo ao pedido de um leitor do blog. Esse artigo é constituído de trechos da entrevista dada por Anthony Buono para o programa “Son Rise Morning Show”, da rádio americana “Sacred Heart Radio Network”. Novamente devo alertar que Anthony fala a partir da perspectiva que lhe é própria, ou seja, de sites de relacionamento, então a pessoa em outra situação particular pode tirar proveito, se quiser, do que assim couber em sua situação.

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Entrevistador: Como você pode discernir que chegou o tempo de se mudar para perto de uma pessoa? No caso, você já se encontrou com ela um certo número de vezes, o relacionamento floresceu, e você sente que realmente chegou a hora de fazer uma mudança geográfica. Como você pode discernir? Esse é um grande passo!...

Anthony Buono: É muito grande mesmo... Há escolas de pensamento que discutem quem deveria fazer a mudança. Vou falar aqui os prós e os contras para cada uma das pessoas. Para o homem, sua posição mais típica é de ser o “provedor”, então em grande parte o problema se resume ao seu trabalho, e sua habilidade de prover as necessidades da família. Então a mulher deveria, nesse caso, ser aquela disponível para fazer a mudança. O lado feminino do argumento é... bem, não é uma questão muito verbalizada, mas é a realidade... é que é muito difícil para uma mulher deixar sua família. Quando se fala do futuro, aqui, um dos grandes aspectos – eu tenho certeza que os já casados podem atestar isso – é que uma das coisas valiosas para a mulher é a possibilidade de poder receber ajuda da sua mãe ou do seu pai. Enfim, é um aspecto importante para a mulher estar perto da família. Bem, eu argumentaria que a mulher teria que ser a pessoa disponível para fazer a mudança, porque, quando você coloca tudo na balança, quer dizer – o homem tem que ser aquele que provê. Se você estiver olhando para a dinâmica principal, a que é típica, ou seja, você tem filhos, você tem uma família... você sabe, o homem tem que ter um trabalho. Mas é muito comum que o homem seja capaz de transferir o que ele faz, ou encontrar um trabalho em outro lugar. Eu vejo isso o tempo todo. O homem está preparado para morar em outro lugar, e faz isso com alegria. Gentilmente ele encontra seu trabalho e compreende que a mulher não pode morar em outro lugar. E, claro, tenho visto também mulheres indo morar em outro lugar, porque compreendem que seu lugar é ao lado do marido, e seu trabalho dele é importante.



Entrevistador: Anthony, você não acha que antes de se mudar para outro lugar, você tem que estar absolutamente certo de que essa pessoa é seu futuro marido ou esposa?

Anthony: Eu sei! É um grande passo! Eu nunca recomendo que uma pessoa aja com base numa presunção. Você não pode simplesmente se mudar apenas para poder namorar a pessoa, ou para fazer esse tipo de discernimento. Na verdade você tem que estar – quer seja noivo ou não – em um estado em que você vai certamente se casar. É muito arriscado morar em outro lugar quando você ainda está decidindo as coisas. Eu sei que muitas pessoas fazem essa mudança para poder passar mais tempo com a outra pessoa, mas... e se não funcionar? É uma mudança, é muito sério...

Entrevistador: E nós, como católicos, certamente não nos mudamos para a casa do outro antes do casamento.

Anthony: Espero que não seja preciso dizer que não se faz isso. Vamos ser claros. Não se faz isso. Somos católicos, aqui, e não há nada de positivo nem de permitido sobre isso. Então temos que voltar a outros aspectos, ao aspecto que eu considero a virtude heróica dos tempos em que vivemos. Relacionamentos à longa distância, eu penso, são importantes, e as pessoas devem estar abertas a eles, porque no mundo em que vivemos é muito difícil encontrarmos católicos sérios que acreditam em tudo que a Igreja ensina. Então, a pessoa para você pode estar em qualquer lugar. Isso é um sinal dos tempos em que vivemos. Então, a virtude heróica é que você deve estar aberto a fazer seja o que for preciso para fazer um relacionamento assim funcionar. E, sim, você poderá gastar muito dinheiro, ou tempo no telefone, ou investir muito para se encontrar pessoalmente com ela, para determinar se essa é a pessoa certa. Mas no final terá valido a pena. Logo, eu aconselho as pessoas a se encontrarem pessoalmente o mais cedo possível, porque é somente nessa situação que você descobre se há uma ligação entre vocês dois, e vocês podem se conhecer mais rapidamente. Faça isso mais cedo, ao invés de mais tarde, para que não percam o tempo de vocês.

Entrevistador: E uma vez que você faz a mudança e vai morar em outro local? Você está levando a sério, realmente acredita que essa é sua futura esposa. Que conselhos você daria para lidar com todas as grandes mudanças que virão com essa decisão?

Anthony: Você tem que estar aberto.... bem, vamos usar aqui outra palavra.... você tem que ser maleável, tem que se ajustar. Esse é o tipo da coisa complicada para pessoas que estão mais velhas, e solteiras, e tentando se casar. De certo modo, é como se elas já tivessem se casado “consigo mesmas”, no seu jeito de ser, se você me entende. Então, você tem quase que se reinventar, tem que ser flexível, tem que estar atento à outra pessoa, aos aspectos psicológicos e emocionais dessa mudança dramática. Você tem que estar de peito aberto, mais do que estaria normalmente se conhecesse uma pessoa na sua localidade. Tem que estar atento à consideração pelo outro, e muito equilibrado, tem que haver concessões mútuas. Mas eu acho que o mais importante, mais do que qualquer coisa, é que tem que haver esse suporte da compreensão. Não importa quem esteja fazendo o sacrifício maior para que tudo funcione, a outra pessoa deve estar bastante atenta aos sacrifícios que essa pessoa está fazendo. Simplesmente esteja perto dela, confortando-a, dando suporte, compreendendo que estão fazendo uma grande mudança. Enfim, fazer a pessoa se sentir bem com isso tudo. Você tem que fazer isso.

Entrevistador: Coisas muito importantes a se considerar quando um relacionamento à longa distância se aproxima de um casamento, obrigado Anthony Buono.
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Anthony Buono, casado e pai de sete filhos, mora na Virginia, EUA. Ele é o fundador e presidente de http://www.avemariasingles.com (em português: http://www.solteirosdoavemaria.com/) e de http://www.roadtocana.com. Ele também tem um blog, http://www.6stonejars.com que dá conselhos aos católicos sobre namoro, noivado e casamento.

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Traduzido de:
http://www.6stonejars.com/index.cfm/2010/9/1/Son-Rise-Morning-Show-Long-Distance-Relationships

Como manter um relacionamento à distância?

Esse é o segundo post de uma série de três sobre o tema. Novamente o leitor deverá ter em conta que Anthony Buono fala a partir de sua experiência específica com sites de relacionamento. Entretanto, os pontos abordados podem conter algo de útil para outras situações. 
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Caro Anthony,


Estou em um relacionamento à distância com uma pessoa que conheci no site “Solteiros do Ave Maria”. Depois de alguns e-mails e telefonemas, finalmente nos encontramos pessoalmente, e estamos esperançosos com nosso futuro. Não poderemos nos ver muito frequentemente, por causa da distância, e estamos preocupados se vamos conseguir manter esse relacionamento. Os e-mails parecem estéreis e superficiais depois de um certo tempo. Você tem alguma sugestão?

Fico feliz em saber que vocês já se encontraram pessoalmente. Esse fator é realmente crítico. Não tenho dúvida que isso apenas aumentou seu desejo de passar mais se encontrando pessoalmente. Isso é uma coisa boa.

Mas não subestime o valor de NÃO estarem juntos pessoalmente tão frequentemente quanto vocês queriam, não subestimem o quanto isso pode aprofundar seu relacionamento. Vocês realmente devem fazer de tudo para estarem juntos pessoalmente o mais freqüentemente possível (tenho recomendado como marca um encontro a cada duas semanas, mesmo que por apenas poucos dias). Quanto mais estiverem juntos pessoalmente, tanto mais rápido perceberão se devem se casar ou se devem terminar o relacionamento. Saber mais cedo – ao invés de mais tarde – se o relacionamento deve terminar ajuda a minimizar as dores do coração e a perda de tempo. Estar presente pessoalmente ajuda a saber se vocês devem se encaminhar para o matrimônio, então vocês definitivamente devem fazer as coisas acontecerem, na medida em que estiverem prontos. Compreendam, apenas, que ter longos intervalos entre os encontros pessoais pode ser um risco, especialmente se levar o relacionamento a continuar por mais tempo do que deveria (seja na direção do matrimônio ou do término do namoro).


Entretanto, esse tempo entre o início e o fim do namoro (seja para casar ou para terminar) pode ser uma tremenda bênção, e uma maravilhosa oportunidade de um aprofundamento na relação com a pessoa, de um modo que talvez não fosse possível obter caso você morasse perto e pudesse ver a pessoa com mais freqüência. Gostaria de encorajar ambos a escreverem longas cartas um para o outro durante esses períodos, compartilhando seus corações, seus interesses, sua fé, seu passado etc. A beleza de um relacionamento à distância é que ele ajuda a fazer crescer um amor e um anseio mais profundo um pelo outro, o que não ocorre quando se está presente pessoalmente o tempo todo. Quando você tem acesso a alguém o tempo todo, não se escreve. E a escrita proporciona uma oportunidade de partilhar de um modo que as pessoas normalmente não fazem quando estão falando entre si. Além disso, tem a vantagem de não ter que lidar com questões sérias de castidade que as pessoas que estão sempre em contato têm que enfrentar, e que podem realmente causar problemas, ou podem romper o relacionamento em desenvolvimento, ou mesmo distorcer o relacionamento a ponto de terminar com ele, quando não precisava ser dessa forma. A castidade ajuda os casais a crescer na graça, então os relacionamentos à distância são bons para isso, também.




Então eu encorajo os dois a se alegrarem com a oportunidade de aproveitar a distância entre vocês, e o tempo decorrido entre as visitas, e ver isso como uma coisa muito santa. E faça valer a pena, gastando tempo para escrever longas cartas. A razão pela qual o e-mail parece estéril e superficial (como você coloca) é porque vocês não estão realmente “escrevendo” um para o outro. Estão apenas informalmente trocando palavras, como em um chat. Então, gaste tempo, se aconchegue em sua cama, ou sente-se em uma mesa ou no sofá com uma xícara de café ou sua bebida preferida, faça uma oração, e então comece a escrever manualmente uma longa carta. Sim, eu disse “manualmente”. A digitação é muito impessoal para esse tipo de escrita (mas se vocês se sentem confortáveis digitando, então eu não ficaria contra vocês :-). O ponto é aproveitar o espírito de escrever para a pessoa que você gosta. E observar como você se apaixona e o que acontece. Eu prometo que depois que você estiver casado, você estará dizendo o quanto a distância foi uma bênção e o quanto você valorizou a troca de cartas de amor.

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Anthony Buono, casado e pai de sete filhos, mora na Virginia, EUA. Ele é o fundador e presidente de http://www.avemariasingles.com (em português: http://www.solteirosdoavemaria.com/) e de http://www.roadtocana.com. Ele também tem um blog, http://www.6stonejars.com que dá conselhos aos católicos sobre namoro, noivado e casamento.
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Traduzido de:

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Devo entrar em um relacionamento à distância?

"Bom dia! Gostaria de saber se há algum material no site que fale sobre namoro a distância."

Atendendo à pergunta enviada por um leitor, vamos disponibilizar três artigos sobre o tema, um sobre o início do relacionamento à distância, outro sobre como manter um relacionamento assim, e outro sobre o período - se tudo der certo - do estabelecimento de um casal nessas condições. Todos os artigos são de Anthony Buono. É bom dizer que o autor fala a partir da perspectiva de seus sites de relacionamento. O leitor, diante de outras situações específicas, poderá tirar do texto as reflexões que forem cabíveis.

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Devo entrar em um relacionamento à distância?

Caro Anthony,

Estou me correspondendo com um homem que vive em lugar bem distante de mim. Eu sei de muitas histórias de sucesso envolvendo relacionamentos à distância, mas tenho medo que essa longa distância seja uma barreira durante o desenvolvimento do relacionamento. Existe algum segredo para fazer um relacionamento assim dar certo?


Fico feliz que tenha escrito com essa boa pergunta enquanto as coisas ainda estão no início. Deixe-me primeiramente dizer que os relacionamentos à distância podem funcionar, sim. Temos casais que eram de diferentes estados e casais de diferentes países. Então, obviamente que pode funcionar. Entretanto, também pode ser uma perda de tempo se corresponder com alguém que mora muito longe quando um dos dois (ou os dois) não está sendo sério em suprir as necessidades que um relacionamento assim requer, incluindo a falta  de “abertura” para fazer um relacionamento de longa distância dar certo.

Então eu sempre aconselho as pessoas que estão pensando em alguém de outro estado, e especialmente de outro país, a ter a certeza de que estão realmente abertos a encontrar esse alguém pessoalmente. Realmente se resume a isso. E se ambos estão abertos à possibilidade um encontro “face-a-face”, havendo um sentimento de que o relacionamento tem potencial, então continuem se escrevendo, e vejam onde o relacionamento vai dar. Mas você precisa descobrir isso logo, tanto com relação a você quanto com relação à outra pessoa. A questão para a outra pessoa é essa: “Antes de irmos mais longe, você realmente está disposto a fazer os sacrifícios necessários para nos encontrarmos pessoalmente em um futuro bem próximo, caso nossa correspondência evolua para um interesse maior?” Se a pessoa disser: “Bem, eu não sei”, então é mais prudente terminar a correspondência agora. E essa pessoa precisa saber que não é justo escrever para alguém sem estar aberto a conhecê-la pessoalmente.

Fui contatado por uma pessoa que estava se correspondendo com uma mulher de outro país. Eles estavam se correspondendo há nove meses, e ele se perguntava se conseguiria encontrar um jeito de ir vê-la pessoalmente, e não estava certo como ele poderia arcar com os custos para fazê-lo. Eu falei para ele imediatamente que, em primeiro lugar, não era certo da parte dele entrar ter entrado em contato com ela se ele não sabia se poderia realmente voar para encontrá-la em pessoa dentro do prazo de dois meses depois do início das correspondências. Você não pode ficar trocando cartas tanto tempo assim. Faz ambos perderem tempo.

Especialmente os homens precisam entender isso. São eles que precisam fazer a primeira viagem para o encontro pessoal. São eles que devem gastar o dinheiro nesse primeiro encontro pessoal (normalmente eles viajam no final de semana e se encontram várias vezes com a pessoa nesses dias). Portanto, ele deve logo “saber” se está disposto a dar esse passo com alguém de outro estado ou de outro país ANTES mesmo de sequer começar a escrever para a mulher.

Já que você é a mulher nesse potencial relacionamento que começou para você, seria bastante prudente de sua parte perguntar, de algum modo, se ele está preparado para viajar e lhe conhecer, e se ele não estiver certo de que poderá vir e encontrá-la em pessoa dentro do prazo de poucos meses, seria melhor que ele não entrasse mais em contato com você.

Essa decisão pode ser muito difícil de tomar, porque é agradável ter alguém interessado com quem se corresponder. Mas, acredite em mim, há muitos homens que não querem ir além de uma troca de cartas ou de telefonemas. Vocês não podem perder o tempo de vocês. Um não pode fazer o outro perder tempo. Além de ser injusto da parte de qualquer homem escrever para alguém quando não se está preparado para encontrar com a pessoa no prazo de uns dois meses.

Se você não se sente confortável em trazer esse assunto diretamente, então aceite que um relacionamento de longa distância pode funcionar, mas teste esse relacionamento tendo certeza de não passar de dois meses de contatos iniciais à distância. Se ele não se manifestar no sentido de vir encontrar com você pessoalmente dentro desses dois meses iniciais, você precisa trazer o assunto à tona diretamente, e obter uma resposta sobre sua disposição para um encontro pessoal, ou então deve simplesmente se afastar e seguir em frente. Mas saiba que um relacionamento à longa distância pode funcionar, quando ambos estão abertos a fazê-lo funcionar, não importando os sacrifícios necessários. Esse é um grande teste de amor, e o amor é fortalecido através da perseverança em meio às dificuldades.

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Anthony Buono, casado e pai de sete filhos, mora na Virginia, EUA. Ele é o fundador e presidente de http://www.avemariasingles.com (em português: http://www.solteirosdoavemaria.com/) e de http://www.roadtocana.com. Ele também tem um blog, http://www.6stonejars.com que dá conselhos aos católicos sobre namoro, noivado e casamento.

sábado, 20 de novembro de 2010

O que o Papa realmente disse

Créditos ao blog "Frates in unum", que por sua vez puxou do blog "A Saúde da Alma", que por sua vez tirou do blog "Spe Deus"...

O que o Papa realmente disse sobre preservativos, comentários iniciais do "Fratres in Unum"...

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Tendo em conta a habitual ignorância e má-fé da imprensa secular ao noticiar fatos relevantes da vida da Igreja, apresentamos abaixo a íntegra da resposta do Papa Bento XVI sobre o uso de preservativos, em outro livro-entrevista de Peter Seewald.


Veremos, neste episódio, se a costumeira rapidez da Sala de Imprensa da Santa Sé em lançar esclarecimentos sobre todo tipo de assunto também será verificada ao ter de ser politicamente incorreta ao contrariar a imprensa do mundo todo, que alardeia a plenos pulmões a “liberação” da camisinha pelo Papa.


* * *

“Na África, Vossa Santidade afirmou que a doutrina tradicional da Igreja tinha revelado ser o caminho mais seguro para conter a propagação da SIDA/AIDS. Os críticos, provenientes também da Igreja, dizem, pelo contrário, que é uma loucura proibir a utilização de preservativos a uma população ameaçada pela SIDA/AIDS.”


«Em termos jornalísticos, a viagem à África foi totalmente ofuscada por uma única frase. Perguntaram-me porque é que, no domínio da SIDA/AIDS, a Igreja Católica assume uma posição irrealista e sem efeito – uma pergunta que considerei realmente provocatória, porque ela faz mais do que todos os outros. E mantenho o que disse. Faz mais porque é a única instituição que está muito próxima e muito concretamente junto das pessoas, agindo preventivamente, educando, ajudando, aconselhando, acompanhando. Faz mais porque trata como mais ninguém tantos doentes com sida e, em especial, crianças doentes com sida. Pude visitar uma dessas unidades hospitalares e falar com os doentes.

Essa foi a verdadeira resposta: a Igreja faz mais do que os outros porque não se limita a falar da tribuna que é o jornal, mas ajuda as irmãs e os irmãos no terreno. Não tinha, nesse contexto, dado a minha opinião em geral quanto à questão dos preservativos, mas apenas dito – e foi isso que provocou um grande escândalo – que não se pode resolver o problema com a distribuição de preservativos. É preciso fazer muito mais. Temos de estar próximos das pessoas, orientá-las, ajudá-las; e isso quer antes, quer depois de uma doença.

Efectivamente, acontece que, onde quer que alguém queira obter preservativos, eles existem. Só que isso, por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais. Desenvolveu-se entretanto, precisamente no domínio secular, a chamada teoria ABC, que defende “Abstinence – Be faithful – Condom” (“Abstinência – Fidelidade – Preservativo”), sendo que o preservativo só deve ser entendido como uma alternativa quando os outros dois não resultam. Ou seja, a mera fixação no preservativo significa uma banalização da sexualidade, e é precisamente esse o motivo perigoso pelo qual tantas pessoas já não encontram na sexualidade a expressão do seu amor, mas antes e apenas uma espécie de droga que administram a si próprias. É por isso que o combate contra a banalização da sexualidade também faz parte da luta para que ela seja valorizada positivamente e o seu efeito positivo se possa desenvolver no todo do ser pessoa.

Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer. Não é, contudo, a forma apropriada para controlar o mal causado pela infecção por VIH/HIV. Essa tem, realmente, de residir na humanização da sexualidade

“Quer isso dizer que, em princípio, a Igreja Católica não é contra a utilização de preservativos?”

«É evidente que ela não a considera uma solução verdadeira e moral. Num ou noutro caso, embora seja utilizado para diminuir o risco de contágio, o preservativo pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana.»

In Bento XVI, Luz do Mundo – O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos – Uma conversa com Peter Seewald, Lucerna, 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bento XVI convoca a Igreja no Mundo Inteiro para a Vigília pela Vida dos Nascituros

O Papa Bento XVI celebrará na noite do sábado dia 27 de novembro deste ano de 2010 a uma vigília de oração na Basílica de São Pedro pela vida do nascituro.




O nascituro é aquele bebê ainda não nascido, ainda na barriga da mãe, ainda em formação. É ele a pessoa humana (sim, ele É PESSOA humana!) vitimada, morta em cada aborto que se realiza. Ao propor uma vigília pela vida do nascituro, o Papa propõe uma vigília em escala mundial, de toda a Igreja, contra o aborto!

Como diz o artigo abaixo, da Rádio Vaticana, o Papa está enviando cartas para todas as Conferências de Bispos do mundo, conclamando todos os Bispos - e por conseguinte todos os católicos de todo lugar - a se unirem a ele em oração nesta data, inclusive realizando celebrações e iniciativas locais.

Informe seu bispo, seu pároco, sua comunidade! Procure mobilizar ações, encontros, orações comunitárias na noite deste 27 de novembro, início do Advento. É um momento histórico, que poderá trazer muitas e muitas graças de Deus na defesa da vida. Que no dia 27 de novembro a Igreja toda levante sua voz aos céus em defesa da vida do nascituro! É preciso que todos participem.

Portanto, mesmo que você não consiga organizar nenhum encontro, e mesmo que você não veja nenhuma movimentação em sua comunidade, paróquia ou diocese em torno do apelo do Papa, você ainda pode e deve se unir à Igreja nesta noite do dia 27, em oração, pelo menos que seja em oração particular, em sua casa, em seu quarto... Mas façamos nossa parte... Ainda dá tempo de realizar mobilizações, então comecemos a nos organizar desde já...

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Cidade do Vaticano, 1° out (RV) - A Sala de Imprensa da Santa Sé informou, na manhã desta sexta-feira, que o Papa presidirá a vigília pela vida do nascituro, em 27 de novembro próximo, na Basílica de São Pedro.


O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, afirma, numa nota, que Bento XVI celebrará as Primeiras Vésperas do I Domingo do Advento e que este ano as vésperas serão inseridas no âmbito de uma vigília pela vida do nascituro, na perspectiva do Tempo de Advento e do Natal que se aproxima.


O prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Antonio Canizares Llovera, e o presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Ennio Antonelli, enviaram através dos núncios apostólicos, uma carta aos presidentes das Conferências Episcopais convidando os bispos a promoverem em suas Igrejas locais celebrações e iniciativas de oração a fim de estabelecer uma união espiritual com o Santo Padre e promover o compromisso e o testemunho eclesial por uma cultura da vida e do amor. (MJ)

http://www.radiovaticana.org/BRA/Articolo.asp?c=426714

UPDATE

Em Fortaleza, haverá uma cerimônia na Catedral, no sábado à noite.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vigília mundial pela vida nascente

Vigília mundial pela vida nascente
No dia 27 de novembro, a Igreja universal rezará pela defesa da vida

ROMA, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - O apelo foi lançado no último mês de junho. Em algumas igrejas, a mobilização foi um pouco lenta, mas a verdade é que, no dia 27 de novembro, na Basílica de São Pedro, assim como nas dioceses e igrejas católicas do mundo inteiro, serão realizadas vigílias de oração, adorações ao Santíssimo Sacramento e terços em defesa da vida nascente.

No último dia 14 de junho, o cardeal Antonio Cañizares, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, enviaram uma carta a todos os presidentes das conferências episcopais para convidá-los a organizar uma solene "vigília pela vida nascente".

Na carta, informa-se aos bispos que foi o próprio Pontífice quem havia tomado a iniciativa de realizar a vigília na Basílica de São Pedro, coincidindo com as Primeiras Vésperas do 1º domingo do Advento e perto do Natal de nosso Senhor Jesus Cristo.

Junto às vésperas, a carta propõe a adoração eucarística para "dar graças ao Senhor que, com a doação total de si mesmo, deu sentido e valor a toda a vida humana, e para invocar a proteção de todo ser humano chamado à existência".

À vigília e à adoração, a Conferência Episcopal Espanhola propôs acrescentar também a oração do terço.

"É desejo do Santo Padre - lê-se na carta - que os bispos presidam em suas igrejas celebrações similares que envolvam paróquias, comunidades religiosas, associações e movimentos."

A carta também explica: "Todos nós somos conscientes dos perigos que ameaçam a vida humana hoje devido à cultura relativista e utilitarista que escurece a percepção da dignidade de toda pessoa humana, seja qual for sua fase de desenvolvimento".

Por isso, acrescenta, citando a encíclica Evangelium vitae, de João Paulo II, "estamos chamados mais que nunca a ser 'povo da vida' com a oração e com o compromisso".

A missiva convida todos os presidentes das conferências episcopais a "envolver rapidamente e da maneira mais apropriada" todos os bispos de cada país, de forma que "se possa inserir esta iniciativa nos diversos programas diocesanos".

A carta termina com o desejo de que "todas as igrejas particulares, em união com o Santo Padre, Pastor universal", possam "obter a graça e a luz do Senhor para a conversão dos corações e dar um testemunho comum da Igreja para uma cultura da vida e do amor".

(Antonio Gaspari)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Vídeo - A verdade por trás da fantasia

A pornografia é um mal enorme, e a ex-atriz pornográfica Shelley Lubben nos prova a degradação que envolve essa indústria doentia... Sem falar no mal físico, emocional e espiritual que faz a milhões de pessoas no mundo todo. Temos que fazer algo para deter isso.

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Em seu livro, “A verdade por trás da fantasia da pornografia: a maior ilusão da terra” (“Truth Behind the Fantasy of Porn: The Greatest Illusion on Earth”), a ex-atriz pornográfica Shelley Lubben rasga a sedutora máscara da pornografia e expõe a verdade por trás da “maior ilusão da face da terra”.

Shelley é brutalmente honesta ao falar de seu passado, de uma infância de abusos sexuais, à prostituição, ao ambiente nada glamoroso dos filmes pornográficos. Mas isso não é tudo. Ela escapou da “indústria” pornográfica aos 26 anos de idade. Agora, ela partilha sua poderosa história de recuperação e redenção, oferecendo uma mensagem de esperança para o mundo inteiro.

No primeiro livro a expor o lado “secreto” da ponografia, Shelley quer lhe mostrar a dura verdade. A pornografia é uma escravidão nos tempos modernos para milhares de mulheres, e para milhões de viciados em pornografia, que simplesmente não conseguem parar de clicar.




Mas você conhecerá a verdade, e a verdade lhe libertará!


“Os filmes pornográficos são a maior ilusão da face da terra. Acredite em mim, eu conheço. É isso mesmo: nenhuma de nós, mulheres, gosta de fazer pornografia. Na verdade, nós odiamos. Odiamos ter que nos entregar para homens doentios. Detestamos ser degradadas por eles. Algumas mulheres odeiam tanto, que as podia ouvir vomitando no banheiro no intervalo entre as cenas. Encontrava outras do lado de fora, fumando um maço de cigarro atrás do outro...” (S. Lubben)


“Nossos corpos, infectados por doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), viviam cobertos de infecções, hematomas e feridas, escondidas por trás de nossa imagem ousada e provocante.” (S. Lubben)
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Fonte: http://www.shelleylubben.com/shelleys-blog/shelleylubben/10/1/2010/lubben-rips-mask-pornography-new-book

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Voto Católico: quatro organismos vinculados à CNBB defendem a aplicação "integral" do PNDH-3

(ACI/Digital) Recentemente o site “Votocatolico” denunciou que “a Comissão Pastoral da Terra, o Conselho Indigenista Missionário, o Movimento de Educação de Base e a Comissão Justiça e Paz de São Paulo, organismos vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), integram junto com entidades pró-aborto e pró-cultura homossexual, uma campanha pela integralidade e implementação do Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3)”. (...)

Os editores do “Votocatólico” recordam que o Plano Nacional, entre outras coisas que pretendem a desconstrução social, prevê:
- Apoiar projetos de lei que possibilitem a união civil, equiparada ao matrimônio, entre pessoas do mesmo sexo;
- Incluir nos sistemas de educação do serviço público “todas as configurações familiares” com base na “desconstrução da heteronormatividade”;
- Respaldar a adoção de menores por casais homossexuais;
- Oferecer programas de Saúde diferenciados e prioritários a homossexuais, transexuais e prostitutas;
- Considerar o aborto como tema de saúde pública, com garantia de aceso aos serviços públicos de saúde;
- Apoiar o reconhecimento da prostituição como profissão;
- Propor a criação de organismos públicos para o "controle social" da mídia;
- Originariamente previa a retirada de símbolos religiosos em repartições públicas; e
- A educação religiosa estatal, como instrução de todas as religiões, com ênfase nos cultos afro-brasileiros. (...)

Em declaração da Assembléia Geral, a CNBB disse, em 12 de maio passado, que "nas ações programáticas do PNDH-3 [...] encontramos elementos de consenso que podem e devem ser implementados imediatamente, entretanto, identificamos também determinadas ações programáticas que não podem ser aceitas. Reafirmamos nossa posição, já muitas vezes manifestada, em defesa da vida e da família, da dignidade da mulher, do direito dos pais à educação religiosa e ética de seus filhos, do respeito aos símbolos religiosos, e contrária à prática e à descriminalização do aborto, ao 'casamento' entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos e à profissionalização da prostituição". (...)

Assim, o site questiona: “O que fazem quatro organismos vinculados à Conferência Episcopal como organizadores de uma campanha que defende a aplicação integral dos aspectos que a Igreja já rejeitou publicamente, por serem contrários à ordem natural e à Lei Divina? A Presidência da CNBB sabe que esses quatro organismos assinam a campanha? Se sabe, porque não fez nada a respeito ainda?”. (...)

Os editores do site, uma iniciativa de leigos católicos, sugerem “enviar à Secretaria Geral da CNBB (secgeral@cnbb.org.br) uma carta respeitosa, solicitando que esta tome medidas urgentes com os quatro organismos, que garanta a retirada do nome da instituição da referida iniciativa e que se tome cuidado a fim de que os recursos materiais dos referidos organismos, vindos das contribuições econômicas dos fiéis, não sejam usados para apoiar a campanha”.

Leia o artigo inteiro em: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=20564

E visite o site Voto Católico: http://www.votocatolico.com.br/

Palavra de Deus, matrimônio e família


85. O Sínodo sentiu necessidade de sublinhar também a relação entre Palavra de Deus, matrimônio e família cristã. Com efeito, « com o anúncio da Palavra de Deus, a Igreja revela à família cristã a sua verdadeira identidade, o que ela é e deve ser segundo o desígnio do Senhor ».284 Por isso, nunca se perca de vista que a Palavra de Deus está na origem do matrimônio (cf. Gn 2, 24) e que o próprio Jesus quis incluir o matrimônio entre as instituições do seu Reino (cf. Mt 19, 4-8), elevando a sacramento o que originalmente estava inscrito na natureza humana. « Na celebração sacramental, o homem e a mulher pronunciam uma palavra profética de doação recíproca: ser “uma só carne”, sinal do mistério da união de Cristo e da Igreja (cf. Ef 5, 31-32) ».285 A fidelidade à Palavra de Deus leva também a evidenciar que hoje esta instituição encontra-se, em muitos aspectos, sujeita a ataques pela mentalidade corrente. Perante a difundida desordem dos sentimentos e o despontar de modos de pensar que banalizam o corpo humano e a diferença sexual, a Palavra de Deus reafirma a bondade originária do ser humano, criado como homem e mulher e chamado ao amor fiel, recíproco e fecundo. Do grande mistério nupcial deriva uma imprescindível responsabilidade dos pais em relação aos seus filhos. De fato, pertence à autêntica paternidade e maternidade a comunicação e o testemunho do sentido da vida em Cristo: através da fidelidade e unidade da vida familiar, os esposos são, para os seus filhos, os primeiros anunciadores da Palavra de Deus. A comunidade eclesial deve sustentá-los e ajudá-los a desenvolverem a oração em família, a escuta da Palavra, o conhecimento da Bíblia. Por isso, o Sínodo deseja que cada casa tenha a sua Bíblia e a conserve em lugar digno para poder lê-la e utilizá-la na oração. A ajuda necessária pode ser fornecida por sacerdotes, diáconos e leigos bem preparados. O Sínodo recomendou também a formação de pequenas comunidades entre famílias, onde se cultive a oração e a meditação em comum de trechos apropriados da Sagrada Escritura.286 Os esposos lembrem-se de que « a Palavra de Deus é um amparo precioso inclusive nas dificuldades da vida conjugal e familiar ».287 Neste contexto, quero evidenciar as recomendações do Sínodo quanto à função das mulheres relativamente à Palavra de Deus. A contribuição do « gênio feminino » – assim lhe chamava o Papa João Paulo II288 – para o conhecimento da Escritura e para a vida inteira da Igreja é hoje maior do que no passado e tem a ver com o campo dos próprios estudos bíblicos. De modo especial, o Sínodo deteve-se sobre o papel indispensável das mulheres na família, na educação, na catequese e na transmissão dos valores. Com efeito, elas « sabem suscitar a escuta da Palavra, a relação pessoal com Deus e comunicar o sentido do perdão e da partilha evangélica »,289 como também ser portadoras de amor, mestras de misericórdia e construtoras de paz, comunicadoras de calor e humanidade num mundo que demasiadas vezes se limita a avaliar as pessoas com os critérios frios da exploração e do lucro.
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284 JOÃO PAULO II, Exort. ap. Familiaris consortio (22 de Novembro
de 1981), 49: AAS 74 (1982), 140-141.
285 Propositio 20.
286 Cf. Propositio 21.
287 Propositio 20.
288 Cf. Carta ap. Mulieris dignitatem (15 de Agosto de 1988),


Da EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL
VERBUM DOMINI
DO SANTO PADRE BENTO XVI
AO EPISCOPADO, AO CLERO ÀS PESSOAS CONSAGRADAS E AOS FIÉIS LEIGOS
SOBRE A PALAVRA DE DEUS NA VIDA E NA MISSÃO DA IGREJA

30 de setembro de 2010

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http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_exhortations/documents/hf_ben-xvi_exh_20100930_verbum-domini_po.pdf

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sete Hábitos para um Casamento Feliz


A festa de casamento em Caná espelha a situação da humanidade, especialmente no matrimônio. Muitas vezes nos encontramos entre extremos: entre a falta e a abundância, entre a fraqueza e a glória, especialmente no que concerne ao amor.

O Evangelho de Caná sublinha a importância das jarras de água. O Senhor faz com que essas jarras sejam importantes, porque o milagre ocorre através delas, mesmo sendo apenas objetos comuns. O milagre do vinho em Caná é uma transformação, não uma criação do nada, e Nosso Senhor realiza esse milagre através do trabalho do homem. Dessa passagem do Evangelho eu gostaria de delinear sete bons hábitos de um casamento feliz:

1. Tragam alegria para o cônjuge

Em um casamento feliz, cada esposo é um dom para o outro, não um peso ou uma fonte de sofrimento. Isso parece ser relativamente simples, mas na vida prática do dia a dia, pode ser bem difícil. Pergunte a si mesmo: “O que eu faço e o que eu falo são uma fonte de alegria para meu(minha) esposo(a)?” Devemos tentar encarnar o amor benevolente.
(...)



2. Mantenham rituais prazerosos, e tradições de amor e amizade

Costumes, rituais e gestos de amor fortalecem um relacionamento, porque os gestos suscitam sentimentos de amor, e selam as intenções. Isso começa com a maneira de ser bem-vindo. Se um marido chega em casa de noite, e primeiramente cumprimenta o cachorro, e então se volta para o computador e a televisão, para só depois cumprimentar a esposa com um “O que tem para comer hoje?”, claramente ele não está mantendo um contato profundo.
(...)

3. Falem abertamente e honestamente um com o outro

Um casal feliz cria um espaço seguro onde podem ser quem realmente são; onde podem, sem medo, verbalizar seus sentimentos, seus desejos, suas expectativas, seus problemas, suas frustrações, e tudo que têm no coração. Que graça é ser aceito pelo outro na própria fraqueza!
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4. Sejam habilidosos nos problemas difíceis, e espertos na comunicação

Em certos casos, casais felizes encontram maneiras inteligentes de discutir assuntos em que podem discordar entre si, de modo que conseguem resolver juntos os problemas. Eles criam um equilíbrio na comunicação, de modo que um fala enquanto o outro escuta, e depois de um certo tempo trocam, enquanto o outro fala, o primeiro escuta.
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5. Fiquem sempre "ligados" um no outro

Pode-se dizer que se deve sempre estar “ligado” com o outro, e não se “desconectar” um do outro. Casais felizes sempre encontram novas maneiras de parmanecer emocionalmente conectados um com o outro. Fique ligado! Isso cria a verdadeira intimidade.
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6. Deixem que a vida em comum seja inspirada por uma visão comum

Casais felizes enriquecem seu relacionamento mantendo planos juntos, compartilhando grandes projetos um com o outro, e se adaptando continuamente aos mesmos objetivos. No seu ícone da Trindade, Adrei Rublev retrata as Três Pessoas face a face uma com as outras, em uma conversa. A conversa na “mesa” da Trindade Santa gira em torno da salvação do mundo. A conversa na “mesa” dos casais deve ser a salvação do mundo também, com ações concretas que transbordam dessa discussão. Juntos, o casal pratica atos de misericórdia: visitar os doentes, ajudar uma família enlutada, ou cozinhar para uma mãe depois do nascimento de seu primeiro filho.
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7. Mantenham a oração em comum

A oração conecta as pessoas com Deus e umas com as outras. A oração nos abre para uma proximidade ainda maior com Deus, e nos lembra que nosso relacionamento terreno não nos dá a plenitude última: casais felizes sabem que estão rodeados de transcendência, e isso torna os limites desse mundo e de seu relacionamento suportáveis. A experiência dos limites do amor pode então ser até uma ajuda, mais um degrau para descobrir aquele amor que é infinito, que sempre está presente, que sempre perdoa, que suporta todas as coisas, que é eterno.

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Trechos traduzidos de: (leia o artigo todo em):
http://www.loveoneanothermagazine.org/pg/en/worthy_to_read/the_seven_habits_of.html

Dias Modestos

Um blog bacana com dicas legais para as meninas:

http://diasmodestos.blogspot.com/

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Lições do Coração - Os perigos do coração

por Mercedes Malavé Gonzáles

Como se reconhece um apego? Por que podem causar sofrimento ao coração? O amor verdadeiro é o que nos move à generosidade, enquanto o amor egoísta é o que nos aprisiona em nós mesmos, porque almeja uma posse desordenada e injusta do ser amado. O desejo de possuir marca uma distinção fundamental entre o amor de doação e o amor egoísta.


Um coração generoso permanece aberto, relaciona-se com as coisas e com as pessoas de um modo livre, usufrui delas porque reconhece o bem que existe em cada uma, porém jamais se fecha a outros seres. Pelo contrário, continua disposto a conhecê-los e amá-los. Esta é a chave do desprendimento interior.

Um coração fechado em si mesmo é aquele que se engana pensando que ama, por se manter na contemplação do ser amado, quando na realidade o está contemplando não pelo bem que tem em si mesmo, mas pela satisfação pessoal que experimenta ao contemplá-lo. Ao invés de expandir-se, o coração tende a reduzir-se em grande velocidade, e nascem as obsessões às pessoas e às coisas, o que demonstra uma cegueira e um estreitamento dos horizontes existenciais, das possibilidades de conhecer e amar. Tal é o confinamento em si mesmas que as pessoas acabam reduzindo tudo à sua própria conveniência e interesses. E as obsessões, se não se tenta controlá-las, acabam sufocando a própria personalidade. Este é o efeito causado pelas paixões desordenadas, os vícios, as ideologias. São as cadeias do ódio, da mentira, dos preconceitos e dos complexos.

(...)

As feridas do coração: as rupturas, o abandono, a solidão, são seguramente ocasiões de ouro, graças às quais podemos decidir se queremos fazer crescer e fortalecer o coração, ou se nos deixaremos arrastar pelas ondas de obsessões, rancores e ressentimentos. Para fugir delas, entretanto, não basta manter-se estável e sereno, deixando o tempo passar, sem nos preocuparmos muito com os assuntos que causam sofrimento à alma. Esta atitude, fria e distante de si mesmo, nem sempre é possível, e além do mais não funciona a longo prazo. É preciso aprender a desabafar.

Leia o artigo na íntegra: http://www.portaldafamilia.org.br/artigos/artigo722c.shtml

sábado, 30 de outubro de 2010

Castidade significa dizer “sim”!

Por Robert Colquhoun

A castidade é a virtude de encontrar e viver o amor no contexto da sexualidade. As virtudes nos apontam para a perfeição da vontade que controla nossas ações e paixões. Estas, por sua vez, nos levam à felicidade, estabilidade, espontaneidade e segurança. João Paulo II uma vez disse que “a castidade só pode ser pensada em associação com a virtude do amor.” [1] Nas encruzilhadas entre a cultura da vida e a cultura da morte, a virtude da castidade aponta para a pureza, a criatividade e a segurança. Deus nos dá um dom de pureza de coração se nós amamos e guardamos seus mandamentos (Jo 14, 15), pois a castidade e o auto-controle são um dom do Espírito Santo (Gal 5, 23-24). Essa pureza pode ser alcançada como fruto da oração, especialmente quando se pede essa virtude a Deus com humildade.





Ao promover a virtude da castidade, é vital transmitir que a virtude da pureza não é primeiramente um “não” para o sexo fora dos planos de Deus, mas antes de tudo um “sim” para o amor autêntico. A virtude da pureza primeiramente e acima de tudo afirma e celebra a bondade dos nossos corpos e o dom do sexo. Não é uma repetição repressiva de um “não”, mas um contínuo “sim” a Jesus. Maria nos oferece o exemplo perfeito de amor e obediência ao dizer: “Seja feito segundo a vossa vontade” (Lucas 1, 38). Quanto mais imitamos seu “sim”, mais alegria e paz deixamos entrar em nossas vidas. Se não somos capazes de dizer “não” ao sexo [fora dos planos de Deus], de que vale nosso “sim”?

Viver uma vida de castidade autêntica significa que será bem mais fácil cuidar e alimentar seu futuro casamento do que prazeres passageiros. Viver uma vida casta nos relacionamentos ajuda os casais a expressar a intimidade de modo que não é necessariamente físico. Essa intimidade ajuda as pessoas a serem elas mesmas. Uma intimidade não sadia faz os casais se sentirem como se estivessem perdendo sua identidade.

Mais do que tentar viver a vida tentando não ofender a Deus, devemos viver a vida tentando glorificá-lo. Cada um dos atos de nossas vidas pode ser considerado um ato de louvor a Deus. As leis de Deus existem porque Ele nos ama e deseja que participemos desse amor. Devemos nos concentrar no “sim” ao amor verdadeiro, mais do que ficar obcecado em dizer “não” ao pecado. Deus inventou o sexo; Ele nos criou. É por isso que “Quando você decide viver uma vida santa, a castidade não vai ser um peso para você: será uma coroa de triunfo.” [2]

Não existe “camisinha” para o coração nem para a alma. A própria definição de tentar fazer “sexo seguro” é uma total contradição de termos. O sexo foi criado para ser uma doação total de vida, de si mesmo. “Segurança” normalmente é um ato contra um inimigo, e não contra uma pessoa amada de convívio mais próximo. Uma barreira no relacionamento é um obstáculo à comunicação e à intimidade.

Uma vida casta é livre da poluição e da esterilidade da cultura da morte. O grande segredo que as pessoas jovens precisam descobrir é que a castidade é recompensadora, cheia de alegria, e favorece uma verdadeira experiência de amor! Os corações dos jovens sentem um “desejo de uma generosidade maior, mais comprometimento, um amor maior. Esse desejo por mais é característico da juventude; um coração que está no amor não calcula, não inveja, que dar de si mesmo sem medida.” [3] Sem dúvida esse amor requer sacrifício e pode ser exigente, às vezes.

Programas de educação sexual devem transmitir a idéia de que o sexo é belo e bom dentro dos limites do matrimônio. Deve ser ensinado que o objetivo do sexo é o estreitamento dos laços e da união entre o casal e a procriação de filhos. Devem também ressaltar os problemas e perigos da fornicação, e explicar e informar a distinção entre amar e usar alguém. Viver autenticamente na castidade e na pureza é uma coisa que não pode ser imposta através do medo, circunstâncias, ou escondendo fatos. Esses pontos não são uma boa introdução para a compreensão de uma vida casta. Os jovens e adolescentes estão cada vez mais sendo educados pela mídia, que não necessariamente tem em mente o melhor interesse de seus espectadores. Os pais e os responsáveis devem ser os guardiões de um uso responsável da mídia por parte dos filhos.

Viver uma vida casta verdadeiro traz liberdade, respeito, amizade, segurança e romance. Enquanto uma forma de auto-domínio e temperança, nos ajuda a imitar a fidelidade de Deus e nos ajuda a amar com ternura. George Weigel disse que a Teologia do Corpo, de João Paulo II é uma “bomba relógio teológica”, esperando para ser detonada, e minha esperança sincera é que seus ensinamentos sejam progressivamente descobertos e vivenciados neste século XXI. O aprendizado desses ensinamentos por parte das novas gerações as ajudará a amar as outras pessoas ao invés de usá-las, ajudará a prevenir a destruição da vida humana, e também evitar que os corações sejam feridos e machucados.

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[1] Karol Wojityla, Amor e Responsabilidade, Collins and Son publishers, London, 1981, p170.
[2] Josemaria Escriva, Caminho, Holy Purity, no. 123.
[3]Pope John Paul II, address, 18 May 1988, Asuncion, Paraguay. As quoted by Pedro Beteta.
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Traduzido de: http://catholicexchange.com/2010/10/06/134698/