quarta-feira, 5 de maio de 2010

Eu quero entender o que tem de errado com a masturbação


Por Jason Evert

Para entender o que tem de errado com a masturbação, temos que compreender o objetivo e o sentido do sexo. Deus criou o sexo com o propósito da procriação e também da ligação amorosa. A masturbação não chega perto nem de uma coisa nem de outra. Ela apenas reforça o mito de que os homens “precisam” de gratificação e atividade sexual sempre que “desejam”. Se você parar para pensar, a masturbação é um tipo de “controle de natalidade” para pessoas que não têm “parceiro” sexual. Você quer o prazer, mas não quer seus efeitos: a criação de uma nova vida.

E quanto ao sentido do sexo, veja o que Deus planejou. Quando homem e mulher se casam, prometem um ao outro no altar que seu amor será livre, total, fiel, e aberto à vida. Quando eles fazem amor, estão “falando” um para o outro esses mesmos votos matrimoniais, só que com o próprio corpo. Seu amor é livre: não é forçado nem dirigido pela luxúria. Ele é total: até que a morte os separe; eles não prendem nada para si, nem mesmo a própria fertilidade. Seu amor é fiel: inclui a mente, olhos, e o coração, bem como o corpo. É aberto à vida: não é deliberadamente esterilizado. Considere tudo isso que o sexo deve ser; com tudo isso, pode-se ver que a masturbação não chega nem a ser uma sombra de amor.

A masturbação também prejudica sua habilidade de amar, porque você está se ligando a fantasias. Durante o prazer sexual, o cérebro libera epinefrina, que ajuda a “imprimir” as imagens sexuais na memória. Deus planejou você para uma só mulher, por isso Ele quis que suas imagens fossem “marcadas” em seu cérebro “a ferro e fogo”, mas somente a beleza de sua mulher. Quando fugimos desse planejamento, nos ferimos. É por isso que a Bíblia diz: “Em geral, todo pecado que uma pessoa venha a cometer é exterior ao seu corpo. Mas quem pratica imoralidade sexual peca contra seu próprio corpo” (1 Cor 6, 18).

Se um homem nunca supera o hábito da masturbação, o que vai acontecer quando ele se casar? Ao invés de fazer amor, ele vai usar sua mulher como um objeto para o que ele pensa ser suas “necessidades sexuais”. Antes do casamento, ele pode pensar: “Cara, vai ser legal quando eu me casar um dia, então vou poder experimentar tudo isso de verdade”. Mas se ele se casar mesmo, logo cai descobrir que o sexo conjugal não é a plenitude da pornografia nem da masturbação. Essas coisas são uma distorção do amor – são dominadas pela luxúria e pelo egoísmo, ao invés do amor e do altruísmo.

Se você olhar para as qualidades que uma mulher espera de um homem – coragem, altruísmo, força, honra, confiança – você vai descobrir que a masturbação é quase que o oposto disso tudo. Ao invés de crescer na confiança, a masturbação enfraquece a imagem que um homem tem de si mesmo. Ao invés de fazê-lo corajoso e forte, ele o rouba de sua coragem.

Deus não nos deu esse desejo sexual forte para gastarmos conosco mesmo e nos tornarmos escravos de nossas próprias fraquezas. João Paulo II, antes de se tornar Papa, disse: “Deus, que é Pai, que é Criador, pantou um reflexo de seu poder criador no homem... Devemos cantar hinos de louvor a Deus Criador por essa imagem dEle em nós – e não apenas em nossas almas, como também em nossos corpos.”(1)

Nosso mundo precisa desesperadamente da renovação da verdadeira paternidade, e não importa a que vocação somos chamados, devemos amadurecer nesse papel. A idéia de se tornar um pai pode parecer distante, mas as virtudes ou vícios que praticamos agora é que irão forjar quem seremos no futuro. Que possamos começar nossa batalha contra nossas tendências egoístas, e começar a aprender o auto-controle. Embora a masturbação possa ser um hábito muito tentador, ela pode – e deve – ser superada.
________________________
(1) Karol Wojtyla, “The way to Christ” (San Francisco: Harper, 1982), 55-56.

Trecho do livro: “Pure Manhood”, de Jason Evert, págs. 27-30. (San Diego: Catholic Answers, 2007).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O envio de comentário constitui aceitação de publicação.
Todos os comentários passam por moderação.
Comentários podem ser rejeitados por decisão do blog.
Os comentários publicados não necessariamente expressam a opinião do blog.