quinta-feira, 21 de abril de 2011

O dom esponsal de Cristo na cruz



Por Christopher West

Vou refletir aqui sobre o mistério do Corpo de Cristo “entregue por nós” na cruz. Gostaria de falar a partir de um ponto de vista familiar aos místicos de nossa tradição, mas infelizmente não familiar à maioria dos católicos nos bancos das igrejas. É uma idéia que, se a meditarmos em oração, pode nos ajudar a resgatar a santidade do corpo e da união marital. É a idéia da cruz como o “leito nupcial” de Cristo – o lugar onde ele consuma seu amor pela Sua Esposa, a Igreja.

Essa imagem pode fazer levantar algumas sobrancelhas, mas ela não precisa ser causa de escândalo, basta compreendermos corretamente o simbolismo esponsal da Bíblia. Como observa o Catecismo, “Toda a vida cristã traz a marca do amor esponsal de Cristo e da Igreja. Já o Batismo... é um mistério nupcial; é, por assim dizer, o banho das núpcias que precede o banquete de núpcias, a Eucaristia” (Catec. Ig. Cat. 1617). Podemos também relembrar as últimas palavras de amor de Cristo, proferidas da cruz para a Sua Esposa: “Está consumado” (ver João 19, 30).

Santo Agostinho escreveu: “Como um noivo, Cristo saiu de seus aposentos... Ele veio para o leito nupcial da cruz, e sendo levantado nela, consumou seu matrimônio. E quando Ele percebeu os suspiros de sua criatura, amorosamente Ele se entregou aos tormentos no lugar de sua Esposa e uniu-se a ela para sempre” (Sobre o Casamento). Santa Matilde, uma mística alemã do século XIII, espelhou a mesma idéia quando escreveu que “o nobre leito nupcial [de Cristo] foi a mesma dura madeira da Cruz, a qual Ele aceitou com maior júbilo e ardor do que um noivo cheio de satisfação".

A primeira vez que ouvi essa idéia da cruz como “leito nupcial” foi através do Bispo Fulton Sheen, em uma palestra gravada que ouvi alguns anos atrás. A voz forte de Sheen ainda ecoa em minha mente: “Vocês sabem o que está acontecendo aos pés da cruz?”, ele perguntou. “Núpcias, é o que está havendo! Núpcias!”. Assim como Agostinho, ele então descreveu a cruz como o “leito nupcial” que Ele aceitou não no prazer, mas na dor, a fim de unir-se para sempre com sua Esposa. O bom bispo continuou explicando que sempre que Jesus chama Maria de “mulher” (tal como ocorreu nas Bodas de Caná e na cruz), Ele está falando como o novo Adão para a nova Eva, o Esposo para a Esposa. Aqui, é claro, as relações estão fora da esfera do sangue. O fato de que a mãe de Cristo é a “mulher”, simbolizando sua Esposa, não precisa nos preocupar. O matrimônio do novo Adão e da nova Eva, consumado na cruz, é místico e virginal. O próprio Catecismo refere-se à essa “mulher” (Maria) como a “Esposa do Cordeiro” (Catec. Ig. Cat. 1138). Contemplar esse simbolismo esponsal nos abre verdadeiros tesouros. Assim como o primeiro Adão foi colocado em um sono profundo e Eva veio de seu lado, assim o novo Adão aceitou o sono da morte e a nova Eva nasceu de seu lado (ver Catec. Ig. Cat. 766). Normalmente isso é figurado artisticamente como uma imagem da “mulher” (Maria) segurando um cálice – ou algumas vezes um largo jarro, reminiscência de Caná – aos pés da cruz, recebendo o fluxo de sangue e água que saíam do lado de Cristo. O sangue e a água, é claro, simbolizam o “banho de núpcias” do Batismo e a “festa nupcial” da Eucaristia.

E ainda há mais coisas aqui! A união mística do novo Adão e da nova Eva já rende frutos sobrenaturais. “Mulher, eis aí teu filho!”. Então, Ele disse para seu discípulo, “Eis aí tua mãe!” (João 19, 26-27). Pode-se escrever essas palavras de Cristo de outro modo: “Mulher, eis que dás à luz um novo filho”. O sofrimento de Maria aos pés da cruz são suas dores de parto ao dar à luz todos os filhos da Igreja. Aqui o discípulo amado (João) representa toda a descendência “nascida de novo, não de uma semente corruptível, mas incorruptível” (1 Pedro 1, 23), “não do sangue,... mas de Deus” (João 1, 13).

São Paulo não estava brincando quando descreveu a união dos esposos como um “grande mistério”, que se refere a Cristo e a Igreja (ver Efésios 5, 31-32). Jesus, abri nossos corações novamente para esse “grande mistério”, revelado através do vosso corpo entregue por nós no “leito nupcial” da cruz. Amem.

Traduzido do site de Christopher West

http://christopherwest.com/page.asp?ContentID=52

domingo, 10 de abril de 2011

Testemunho: não é bom “morar junto”

Cara Dra. ___,

Sinta-se à vontade para compartilhar minha história com outros casais que estejam vivendo juntos, de modo que possam também ver como pode ajudar seu amor a crescer, se passarem a morar separados. Por favor, nunca pare com o trabalho na “Sex Respect”!

Meus próprios pais se divorciaram há 15 anos, por isso eu estava determinada a não me entregar de cara em um casamento. Foi por isso que eu me mudei para uma casa para morar com o Jim, para que pudéssemos desenvolver nosso relacionamento, e conhecer melhor um ao outro primeiro... assim eu pensava.

A coisa foi de maravilhosa a terrível em apenas quatro meses. Eu estava me anulando para fazê-lo feliz. Eu me sentia insegura sempre que havia o menor problema no relacionamento. E eu estava usando o sexo de uma maneira que era falsa para mim. A relação sexual era minha maneira de afirmar, para mim mesma, que “o relacionamento ainda está firme”. Era o meu modo de dizer: “fique comigo, eu sou boa para você!” (mesmo quando o sexo não era assim tão bom), e de tentar me convencer de que “ele ainda me ama”.

As perguntas importantes nunca foram respondidas, coisas como: “E se aparecesse um bom emprego em outro estado?”, ou: “E se ele decidir voltar a estudar?”, ou: “A pílula está me deixando depressiva – eu devo parar de tomar?”. Nós dois sempre acabávamos voltando para a cama de novo, sem resolver as coisas. Eu cheguei ao ponto de ter vontade de gritar: “Pare com o sexo, eu só quero que você converse comigo!”.

Depois de ouvir suas palestras sobre castidade, eu pensei que a castidade poderia ser melhor do que a insegurança, baixa-estima e vazio que eu estava sentindo por conta desse relacionamento. Então eu falei para o Jim que gostaria de sair, me mudar, e repensar as coisas. Eu queria que ele realmente me enxergasse, e me ouvisse como pessoa, algo que o nosso envolvimento sexual tinha dificultado muito a ele. Eu queria amizade e perspectivas.

Devo dizer que depois do “choque inicial”, Jim aceitou o desafio. Nós passamos um ano inteiro nos conhecendo melhor, de todos os modos possíveis (menos na cama). Devemos ter gasto mais de mil horas só conversando! E eu sabia que não estava entrando em alguma coisa só por querer ser como todo mundo, por necessidade ou carência afetiva: eu estava exercitando a verdadeira inteligência sexual. Isso me deu um novo respeito para comigo mesma, e para com Jim.


Nós vamos nos casar. Levou um tempo, mas agora sabemos que nosso amor é real, e estamos comprometidos um com o outro para a vida toda.
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Traduzido de: http://www.sexrespect.com/doneletters.html

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

A castidade e o amor

Por Juliana Gonçalves dos Santos

As pessoas sofrem sérias conseqüências espirituais, físicas e emocionais, com a vivência, compreensão e propagação deturpada do amor e com a falta da castidade.

A falta de conhecimento do que é de fato o amor segundo a vontade de Deus e a castidade e de que ambos estão interligados faz com que amar se torne algo raro, e faz com que essa área, que é tão importante na vida, fique defasada, vazia, confusa ou sem significado.

Todas as pessoas sentem naturalmente um desejo profundo de encontrar o amor verdadeiro, mas nenhum cristão em sã consciência deveria se permitir viver um amor que não é conforme a vontade de Deus.

Para conhecer e viver o amor verdadeiro, no plano de Deus é preciso a vivência da castidade!

O Papa João Paulo II, em seu livro “Amor e Responsabilidade”, afirmou: “A castidade não pode ser compreendida sem a virtude do amor. Apenas o homem casto e a mulher casta são capazes de amar verdadeiramente.”

A vivência da castidade é sempre necessária; independe do estado de vida da pessoa: o solteiro é chamado a viver em continência, o casado em castidade conjugal e o leigo consagrado ou religioso em celibato.

Castidade não significa virgindade; existiram muitas pessoas que infelizmente perderam a virgindade antes do casamento, mas que conseguiram depois alcançar a santidade com o arrependimento e a mudança de vida.


A castidade é uma virtude que faz ver e tratar a si mesmo e as outras pessoas como Deus deseja, com transparência nos atos, em amor verdadeiro. Santo Agostinho em seu livro “Confissões”, afirmou: “A castidade nos recompõe, reconduzindo-nos a esta unidade que tínhamos perdido quando nos dispersamos na multiplicidade.”


A castidade não é repressão e puritanismo; pelo contrário, viver em castidade é ser livre da atitude utilitarista, que é a de ver a outra pessoa como algo a ser usado, algo que só é útil enquanto traz prazer.

No entanto, sem a prática da castidade pelos atos, pensamentos e palavras, perde-se a responsabilidade pelo próprio corpo e pelo corpo do próximo.

Sem o respeito e a dignidade pelo corpo, que é templo do Espírito Santo, torna-se praticamente inviável alcançar a capacidade de ser e fazer alguém feliz no amor.

É necessária a plena consciência de que o corpo não é objeto, mas instrumento de amor.

Um grande esforço deve ser feito continuamente, utilizando-se principalmente o sacramento da confissão e da comunhão, assim como o jejum e a oração, para viver a virtude da castidade e conseqüentemente viver o amor.

Para amar e viver em castidade, é preciso fazer bem à pessoa amada, mas, com a deturpação de seu significado, principalmente através dos meios de comunicação, que induzem o tempo todo que a pessoa é objeto de uso e não de amor, amar atualmente é algo raro.

Deus não criou o homem e a mulher para viver o prazer dissociado do amor, mas deseja que vivam a união sexual, com amor e prazer unidos, no momento certo, que é no matrimônio, porque só ali ambos são capazes de se entregarem mutuamente como um dom de Deus para o outro, preservando todas as características do amor verdadeiro, que deve ser livre, total, fiel e fecundo.

O sofrimento do ser humano por não conseguir viver o amor verdadeiro ocorre devido à depreciação de si mesmo e dos outros como um mero estimulante para uma sexualidade desregrada, a vida em luxúria e o utilitarismo, que é o contrário do amor.

A vivência da castidade é a cura para todos esses males, e ela funciona e faz felizes e libertos todos que a praticam.

domingo, 3 de abril de 2011

Testemunhos: a castidade vale a pena!

Cara Dra. Coleen Mast,

Quero encorajá-la a continuar dizendo para os jovens se absterem de sexo fora do casamento. Eu aprendi do modo difícil, mas realmente funciona, então talvez você possa compartilhar minha história com outras pessoas.



Estive envolvido em um relacionamento que era muito bom, em todos os aspectos.

Mas daí ele se tornou muito físico, e no começo até que era divertido. Depois de seis meses, o crescimento desse relacionamento parou. Eu realmente não sabia o que fazer, mas sabia que gostava desse relacionamento, e que ele poderia se tornar um relacionamento duradouro.

Minha namorada e eu decidimos não mais dormir juntos. Realmente foi preciso ter muita disciplina, mas percebemos que valeria a pena no longo prazo, independente do que acontecesse com o relacionamento. O tempo passou e o desejo de estar “juntos” foi forte, mas tivemos sucesso no acordo especial que tínhamos prometido. Depois que começamos a nos abster, parecia que estávamos fazendo algo juntos como um só, e isso fortaleceu nosso relacionamento. A abstinência na verdade nos fez sentir mais perto um do outro do que o sexo. Descobrimos que nosso relacionamento tinha crescido mais em um mês do que em todos os seis meses de intimidade física juntos. Descobrimos uma nova vida em nosso relacionamento.

Tinha passado um mês quando eu percebi que realmente amava minha namorada. O amor era forte, e tinha ficado mais forte. Desenvolvemos um grande respeito, e descobrimos muitas coisas novas e maravilhosas um sobre o outro. O relacionamento voltou à vida. O sexo já não parecia tão tentador, porque estávamos nos divertindo muito aprendendo novas coisas um sobre o outro, sobre nós mesmos.

A outra grande coisa que aconteceu foi nosso relacionamento, juntos, com Deus. Isso realmente colocou nosso relacionamento em bases ainda mais fortes. Mal podíamos acreditar que tínhamos um relacionamento tão bom assim. Tínhamos muito orgulho de nós mesmos, e um do outro. Quando nosso relacionamento chegou a um ponto de baixa emocional, o que eu acho que sempre acontece, em algum momento, nos relacionamentos, nós continuamos experimentando a beleza e a plenitude de um relacionamento com Deus. Esse momento de baixa logo passou, e o relacionamento na verdade se tornou mais forte. Com um fé sólida em nosso relacionamento e em Deus, percebemos que nossa vida juntos podia e pode superar qualquer coisa.

De um pequeno compromisso entre dois adultos veio um relacionamento incrivelmente maravilhoso, baseado no respeito mútuo e na fé de que Deus estará conosco a todo momento. Minha namorada não será mais minha namorada, será minha esposa daqui a alguns meses.
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Traduzido de: http://www.sexrespect.com/doneletters.html