domingo, 19 de fevereiro de 2017

O desafio da castidade - Criando uma cultura da castidade

Vivemos em um mundo que absolutamente não acredita que é possível viver a castidade. O mundo nem sequer entende direito o que é castidade. A maioria das pessoas, durante o percurso de toda uma vida, normalmente não entra em contato com nenhuma explicação séria sobre o assunto. Nenhum artigo sensato sob o ponto de vista da moral e dos bons costumes. Nenhum vídeo ou programa de televisão explicando o real sentido do amor e da castidade. Nenhuma pessoa próxima disposta a dar um bom conselho.

Ao contrário, a sensação que se tem, de modo geral, é que a castidade é impossível. Só o que se escuta são aquelas risadas de quem faz pouco caso do assunto. Se a gente experimenta falar sobre castidade para uma pessoa aleatória com quem temos que conviver na vida, damos de cara com aqueles olhares que parecem nos perguntar se a gente é de outro mundo.

Também não é para menos. Pare um pouco para pensar. Independente do nível de engajamento na Igreja que você tenha, a probabilidade é que você tenha ouvido falar muito pouco, ou quase nada, sobre castidade. Se você participa de grupos de oração para jovens, eu pergunto: quantas formações seu grupo já lhe proporcionou sobre o assunto? Se você vai para a Igreja no Domingo, quantas vezes você já ouviu o Padre falar sobre castidade no sermão? Se você tem uma família católica, quantas vezes seu pai ou sua mãe já conversou com você para lhe orientar sobre o que é, e qual a importância da castidade?

E mesmo que você já tenha ouvido palestras, sermões, ou conversado com alguém sobre o assunto, provavelmente (pare pra refletir) você já ouviu, leu, viu, entrou em contato com muito material que leva você para longe, bem longe da castidade, com uma frequência muito, mas muito maior mesmo.  Não estou falando só de pornografia. Estou falando de programas de televisão no domingo de tarde. Estou falando de artigos de revistas para adolescentes. Estou falando de conversas no corredor do colégio ou da faculdade.

É uma luta desigual. Você pode até dizer que não é influenciável, mas todos nós, uns mais outros menos, sofremos a influência do que vemos, ouvimos, lemos, discutimos. É uma luta desigual comparar uns poucos minutos de pregação sobre castidade que você já teve em sua vida, com uma infinidade de artigos de revista, de programas de televisão, de conversas com amigos, e tantas outras coisas que levam para longe, muito longe da castidade.

É de admirar que mesmo com a balança pesando tanto a favor do lado ruim, ainda exista gente que vive a castidade nesse mundo. Mas existe. E não são poucos. Cito o exemplo de uma pesquisa americana. Muitos esperariam um crescimento na atividade sexual na adolescência nos últimos anos, a julgar pela difusão da pornografia e da "sexualização" da sociedade. Mas, na verdade, essa pesquisa revelou que, de 1991 a 2007, não existiu crescimento acelerado na atividade sexual dos jovens. Pelo contrário, a tendência é de estagnação, ou mesmo de queda (1). E, dos que já tiveram experiência sexual, aproximadamente dois terços (dois de cada três) disse se arrepender de ter não ter esperado mais. (2)

Isso, para mim, só pode significar uma coisa: a consciência pessoal continua viva. Continua firme e forte. Para aqueles que não cedem às pressões da sociedade, e seguem sua consciência, é possível viver a castidade.

Significa também que o terreno está aí, pronto para receber a semente. Muitos jovens estão sedentos de alguém que lhes explique o que é castidade. Uma voz que lhes convide a ser mais gente, mais humano, mais razoável. Alguém que lhes desafie a ser o melhor que podem ser e fazer de si mesmos. Os jovens querem ser dignos, eles querem ser castos. Só precisam de ajuda para isso.

Precisamos criar uma cultura da castidade. Precisamos de textos, de vídeos, de artigos, de pessoas que falem de castidade, que expliquem o que é, que falem de sua beleza, que falem de tudo que podemos ganhar com ela. Precisamos criar material e influenciar a cultura. Precisamos virar o jogo. É possível. E o primeiro passo é tirar da cabeça das pessoas essa idéia de que castidade é uma coisa do outro mundo. 

A princípio as pessoas podem até ficar chocadas com o que vão ouvir. Mas precisamos estar preparados para isso. Precisamos ser agentes de mudança. Primeiramente, precisamos acreditar nós mesmos na beleza e na possibilidade da castidade. Vivê-la e acreditar em seu poder de nos fazer mais felizes.

Você topa o desafio?

Aqui no blog vamos continuar tentando ajudar a criar essa cultura da castidade. Reze por nós.



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Notas: